segunda-feira, 24 de junho de 2013

Pedagios nao irao aumentar em São Paulo



Pedágios das rodovias de SP não terão reajuste neste ano, anuncia Alckmin
Segundo governador, cancelamento do reajuste foi possível graças ao remanejamento de verbas

Os pedágios das rodovias do Estado de São Paulo não terão reajuste este ano. O anúncio foi feito pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) na manhã desta segunda-feira, 24, no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, zona sul da capital. A decisão foi tomada cinco dias após a redução no valor da passagem de ônibus municipais, trem e metrô motivada por uma série de protestos. O governador também falou que não cortará investimentos para compensar a redução da tarifa.

Por contrato, o valor dos pedágios é reajustado todo dia 1º de julho, quando é aplicada a correção da inflação. Em geral, o governo usa o IPC/A, que este ano foi de 6,5%. No ano passado, foi decidido que seria aplicada a menor taxa entre os indexadores. Neste caso, seria escolhido o IGP/M, que acumulou alta de 6,2% nos últimos 12 meses.

O governo optou, porém, por não aumentar o valor pago nos pedágios este ano. A anulação da inflação será possível, segundo Alckmin, por meio de renegociação de termos dos contratos com as concessionárias que administram as estradas, economias feitas nos últimos dois anos e meio e racionalização dos gastos.

Primeiro, o governo reduziu de 3% para 1,5% os repasses feitos pelas empresas à Artesp, agência estadual que supervisiona os contratos. Parte da verba que cobrirá a falta de reajuste virá da penalização aplicada às concessionárias por atrasos em obras.

O governo pretende utilizar, ainda, recursos do ônus fixo que as empresas pagam ao Estado por contrato. Por fim, Alckmin anunciou uma medida que causará impacto direto no transporte de carga. A partir do mês que vem, o pedágio dos caminhões será pago de acordo com o número total de eixos, a exemplo do que é feito nas estradas federais. Atualmente, os caminhoneiros não pagam pelo eixo suspenso - aquele que não toca o chão.

"Não é nenhuma medida populista. Estamos fazendo um trabalho há dois anos e meio, no sentido de buscar uma equação melhor dos contratos de longa duração", afirmou Alckmin. "Implementamos a cobrança ponto-a-ponto, quebramos o monopólio da cobrança eletrônica, estamos rediscutindo os contratos de concessão, a Artesp está se ajustando."

Protestos. O governador também falou sobre a onda de protestos no País. "Quero destacar a importância das manifestações. Hoje, nós temos um encontro com a presidente Dilma lá em Brasília. Estamos abertos ao diálogo e buscando nossas parcerias em serviços públicos. Quero reiterar a necessidade da reforma política. Nós temos há bastante tempo alertado sobre isso. Acho que se precisa fazer um pacto pela reforma política."

Alckmin embarca nesta segunda-feira para Brasília, onde terá um encontro com a presidente, governadores e ministros sobre a criação de um "pacto nacional" pela melhoria dos serviços públicos e uma política nacional de transportes, proposta pelo governo federal.

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