sábado, 2 de março de 2013

A orquestra dos reciclados


Em um lixão no interior do Paraguai, violas, violinos e contrabaixos são criados como mágica por 25 jovens que terão suas histórias contadas em documentário

"Tekorei." É como a jovem paraguaia Tania Vera, 15 anos, define o que seria de sua vida sem a música. Em guarani, a segunda língua oficial daquele país, quer dizer "sem sentido". Tania toca violino e faz parte de uma orquestra formada por 25 crianças e adolescentes (de 12 a 21 anos) da comunidade de Cateura, um aterro sanitário que fica nos arredores de Assunção. Eles são dirigidos pelo técnico ambiental Favio Chávez, 37, que desenvolvia um projeto de educação com os catadores de lixo entre 2006 e 2008. "As crianças passavam pelo centro de reciclagem para levar a marmita dos pais e ficavam por ali brincando na montanha de lixo, construindo brinquedos com plásticos e latas", recorda Chávez. "Como também sou músico e já tinha experiência em dar aulas para crianças, pensei em fazer algo para mantê-las longe de confusão."


Mas não havia instrumentos o suficiente para as 20 crianças que formaram a primeira turma de alunos. A solução prática foi construí-los com o único material de sobra por ali: lixo. E assim nasceu a Orquestra de Instrumentos Reciclados de Cateura.

"Não foi por uma questão sustentável e sim por necessidade mesmo, já que na comunidade um violino pode custar mais do que uma casa", diz Chávez. Para tanto, o músico contou com a ajuda do maestro Luis Szarán, diretor do projeto social Sons da Terra, que ensina música a comunidades carentes do Paraguai. E, principalmente, do carpinteiro e catador de lixo Nicolás Gómez, o Colá. Aos poucos, Chávez e Seu Colá foram descobrindo quais materiais eram mais indicados para cada tipo de instrumento.

Os violões, por exemplo, são fabricados com a junção de duas latas de uma marca de doces popular na região. Colá constrói a estrutura a partir de um molde, Chávez coloca as cordas (aproveitadas de outros instrumentos musicais) e os afina. "Temos violões de diversos sabores", brinca o músico. Piadas à parte, o trabalho é levado a sério por todos os envolvidos. A fim de melhorar a técnica, Seu Colá recebeu treinamento na capital - atualmente também fabrica violões de madeira como uma alternativa de sustento. Até hoje Colá diz que não sabe direito quem foi Mozart, o que não o impediu de criar instrumentos perfeitos na opinião do maestro Szarán. Tanto no tamanho, quanto na projeção do som, a exigência é que eles sejam o mais parecido possível com um regular. Pois, para eles, a Orquestra de Reciclados é apenas início, as crianças têm de estar preparadas para tocar em um instrumento normal se uma oportunidade surgir.

Do lixão para o cinema

A primeira foi em 2010, quando produtores norte-americanos se apaixonaram pela história e resolveram transformá-la em um documentário. Dirigido por Graham Townsley, documentarista já indicado ao Emmy, Landfill Harmonic (A Filarmônica do Lixão, em tradução livre) deve estrear ainda esse ano. O teaser do filme, entretanto, já faz sucesso na internet. Em apenas três meses, foram aproximadamente 850 mil visualizações no YouTube e 15 mil compartilhamentos no Facebook (facebook.com/landfillharmonic movie). E o telefone de Chávez não para de tocar. Em 2012, a orquestra já havia se apresentado três vezes no exterior - uma delas foi na Rio + 20. De novembro pra cá, receberam cerca de 15 convites para tocar no mundo inteiro, da Turquia ao Japão. A exigência do passaporte foi uma mudança e tanto no dia a dia das crianças, já que muitas sequer tinham documento de identidade antes da primeira viagem. Os reciclados ganharam até uma mostra especial: em abril, serão expostos no Museu do Instrumento em Phoenix, nos Estados Unidos.

Para administrar o sucesso do grupo, o músico agora se dedica a eles em tempo integral, voluntariamente. O primeiro passo está sendo a criação de uma ONG para captar recursos e investi-los na comunidade. Pois apesar da fama, a realidade ainda é dura para os 25 mil moradores de Cateura, onde uma tonelada e meia de lixo é despejada todos os dias.

Da primeira turma formada por Chávez, apenas dois alunos continuam na orquestra. Muitos têm de deixar até mesmo a escola para trabalhar e alimentar a família. Como a irmã de Tania, que saiu do grupo aos 15 e, aos 18, já tem três filhos para criar. "Mas o comprometimento dos pais é maior agora: se antes algumas crianças apareciam para se apresentar sujas e mal alimentadas, hoje são o foco da comunidade", comemora o diretor. Por conta disso, Tania é uma forte candidata a uma bolsa de estudos em uma universidade local. Ainda que a música não vá acabar de imediato com os problemas sociais de Cateura, eles sabem que ela pode ao menos evitar que as crianças se tornem vítimas. "Mesmo vivendo na faixa mais baixa da pobreza, com iniciativa e criatividade, até o próprio lixo pode se transformar em uma ferramenta educativa capaz de mudar a vida das pessoas", conclui, no documentário, o maestro Szarán.

Da lata

Latas, talheres e cordas que se romperam de outros instrumentos: tudo é reaproveitado pelos jovens músicos da Orquestra dos Reciclados. Conheça algumas dessas obras de arte.

Violoncelo: o corpo é feito de uma lata de óleo grande e redonda, enquanto o braço é composto de madeira reaproveitada. As cravelhas (que servem para afinar o instrumento) são restos de um martelo de carne e de uma colher para fazer nhoque.

Violino: o corpo também é feito de lata, a partir de um molde. Já outras partes, como o braço e as cravelhas, são feitas de madeira reciclada e de restos de um garfo de cozinha.

Saxofone: o tubo é fabricado com uma calha metálica e os botões de colheres e botões retirados de roupa.

Contrabaixo: assim como o celo, é feito a partir de uma lata de óleo grande e redonda, possivelmente de algum produto químico, e de madeira.

Flauta: o tubo se originou de um cano metálico. Para fabricar os botões, foram usados partes de talheres e cadeados.

Violão: o corpo é construído a partir da junção de duas latas redondas (de um doce popular na região). O restante é fabricado artesanalmente de madeira. 

A cinquentona


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Capa do primeiro Estadinho, no dia 8 de novembro de 1987

A Mônica nasceu para ser personagem principal?
Foi acidental, foi a aceitação do público. Eu coloquei características da minha filha Mônica e os leitores gostaram muito. Ela roubou o espaço do Cebolinha, ganhou o espaço dela. O Cebolinha tenta recuperar o lugar dele até hoje, mas não consegue!
A sua filha Mônica disse que não gostou muito da história em que o Cebolinha e a dentuça se casam. Por que você teve essa ideia?
Na vida real, se ela falar que não quer casar com alguém, eu respeito (risos). Mas, me desculpem, no mundo ficcional eu posso inventar histórias e fazer o que quiser.
Você pensa em fazer uma história em que a Mônica e a Cebolinha têm um filho?
Isso é uma questão futura. Está nos nossos projetos desenvolver essa história. Talvez para  a Turma da Mônica Adulta, que eu estou preparando, juntando uma equipe bem legal para fazer.
Quando vamos conhecer novos personagens da Turma da Mônica?
Vamos ter novos personagens, vem mais gente por aí. Tem o Joca, que é inspirado no maestro João Carlos Martins. De vez em quando nas histórias vai aparecer também uma menininha que gosta de arte e música, inspirada na cantora Claudia Leite.
Qual presente de aniversário você daria para a Mônica?
Tudo menos uma balança! Daria um espelho, talvez até de cristal, para ela ver de uma vez por todas que é lindinha, que tudo está perfeito nela.





O Estadinho conhece a Mônica faz tempo, desde que nasceu. São 25 anos na companhia da dentuça todos os sábados. No começo, a Turma da Mônica estampava todas as nossas páginas. Apresentava as matérias, sugeria brincadeiras. Hoje, ela ocupa um dos lugares mais importantes do nosso papel. Fecha a sua leitura sempre com uma historinha divertida.


Vamos para a festa?
A festa para comemorar o aniversário da Mônica dura o ano inteiro. Além das atrações que você viu na nossa reportagem de capa, a Turma prepara novidades no site, com conteúdo e seções inéditas. Além disso, a Panini leva para as bancas a reedição da primeira revistinha da Turma da Mônica, com capa especial comemorativa. No decorrer do ano haverá outras novidades da marca, como a coleção Todas as Capas da Mônica.
Se você mora no Rio de Janeiro, pode se programar para participar da festa a partir de amanhã (dia 3), na estreia do espetáculo Mônica Mundi na cidade. As informações do espetáculo estão abaixo.
Mônica Mundi
Rua Siqueira Campos, 143 – Copacabana
Tel.: (21) 2147-8060
Sábado às 16 h, domingo, às 11 h e às 16 h
Em cartaz até 28/4/2013


Torcidas do Corinthians protestam na Avenida Paulista




As principais torcidas organizadas do Corinthians, entre elas a Gaviões da Fiel, realizaram um protesto na avenida Paulista na manhã deste sábado.



A manifestação aconteceu em frente ao Consulado da Bolívia, próximo ao Masp, em prol dos 12 corintianos que continuam presos em Oruro, por causa da morte do garoto Kevin Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador que partiu da torcida do Corinthians na partida contra San Jose.

Os torcedores exibiam faixas de pesar ('Kevin Fica em Paz) e também exigindo a liberdade dos corintianos presos na Bolívia (Justiça para nossos amigos').

A Justiça boliviana mantém presos os 12 corintianos desde a semana passada na penitenciária San Pedro, em Oruro. O advogado dos brasileiros, o boliviano Miguel Blancourt, tenta apresentar provas de que seus clientes são inocentes.


Blancourt foi na manhã desta sexta-feira à Penitenciária San Pedro recolher as assinaturas dos 12 presos e no início da tarde apresentou o documento no Ministério Público. Segundo ele, o pedido pode demorar de três semanas a um mês para ser analisado.

"O que queremos é que o caso seja investigado. Esse torcedores estão presos sem que fosse feita uma investigação de verdade", disse ele ao Estado Blancourt na sexta-feira.

Um menor assumiu o disparo em confissão feita no Brasil, mas isso não fez com que os 12 corintianos fossem soltos na Bolívia. 


Julgamento de Mizael Bispo começa em nove dias, em SP, e será o primeiro transmitido em tempo real pela TV


Ele é acusado da morte da ex-namorada, Mércia Nakashima, há três anos e vai a júri popular





O julgamento de Mizael Bispo começa em nove dias, em São Paulo, e será o primeiro transmitido em tempo real pela televisão. Um júri popular vai decidir se ele é culpado ou inocente da morte da ex-namorada, Mércia Nakashima, há três anos.

O futuro do ex-policial e ex-namorado de Mércia está nas mãos de sete pessoas ainda desconhecidas. O júri popular começa daqui a nove dias, no Fórum Criminal de Guarulhos, na Grande São Paulo.

Nesta sexta-feira (1º), o juiz Leandro Bittencourt Cano falou, durante entrevista coletiva, sobre os primeiros detalhes do julgamento de Mizael Bispo. Pela primeira vez na história do País, um júri popular, envolvendo crime contra a vida, serpa transmitido em tempo real pela TV e rádio.


Mesmo fora do tribunal, as pessoas poderão acompanhar, com detalhes, os depoimentos de testemunhas, o interrogatório do réu e o debate entre acusação e defesa. Para o juiz que vai presidir o júri, a ideia inovadora contribui para a transparência do que aconteceu dentro de um tribunal.

A decisão de transmitir o julgamento foi tomada em conjunto com todas as partes envolvidas no processo. O quarteirão inteiro do Fórum Criminal de Guarulhos vai ser interditado. A previsão é de quatro a cindo dias de julgamento. Irão depor cinco testemunhas de defesa, cinco de acusação e uma escolhida pelo juiz. O réu vai depor em seguida. Depois é a vez dos debates. Defesa e acusação terão 1h30 cada uma para convencer os jurados de que Mizael é culpado ou inocente pela morte de Mércia. Em seguida, os jurados decidem o futuro do réu.








Vigia acusado de matar Mércia Nakashima incrimina Mizael e fala que não sabia do crime, diz promotor
Evandro Bezerra da Silva foi preso no sábado (23); ele estava foragido desde dezembro



O promotor do caso Mércia Nakashima, Rodrigo Merli, afirmou que o vigia acusado de matar a advogada incriminou Mizael Bispo. Evandro Bezerra da Silva prestou depoimento nesta segunda-feira (25).

— Ele incrimina o Mizael, mas quer tirar o corpo fora, dizendo que realmente foi buscá-lo na represa. Ou seja, ele diz com todas as letras que o assassino é Mizael, mas que ele foi buscar sem saber de nada.

Merli afirmou que o depoimento de Bezerra não o convenceu e que provas técnicas colhidas desmentem a versão do acusado. Evandro foi preso na madrugada de sábado (23), na cidade de Olho D'Água das Flores, em Alagoas, e chegou a São Paulo na manhã de domingo (24).

Prisão

O crime aconteceu em maio de 2010 e ele estava foragido desde dezembro. Segundo a Polícia Civil, Evandro foi detido pelas Força Nacional de Segurança e Polícia Militar, quando saía para participar de uma festa na cidade de Olho D'Água das Flores, em Alagoas.


O delegado Waldomiro Milanese viajou para Maceió (AL), na manhã de sábado (23), para trazer o acusado para São Paulo.

Acusação

Mizael Bispo e Evandro Bezerra são acusados de terem assassinado e ocultado o cadáver da advogada Mércia Nakashima, em 2010. Ela era ex-namorada de Mizael. Mércia desapareceu no dia 23 de maio de 2010 depois de visitar a casa da avó, em Guarulhos. As últimas imagens dela em vida foram feitas pelo circuito interno do elevador do edifício da avó.

O corpo de Mércia foi encontrado no dia 11 de junho em uma represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. Ela foi reconhecida pelas roupas, sapatos e formato dos dedos. Um dia antes, o carro da advogada foi achado no mesmo local.

Mizael se entregou à polícia no fim de fevereiro deste ano. Desde então, segue preso no presídio militar Romão Gomes, na zona norte de São Paulo.


Prefeitura sabia dos riscos na obra em imóvel que caiu

Administração exigiu obra emergencial de escoramento da parede, sob pena de embargo







A prefeitura sabia havia dez dias dos riscos de desabamento da obra na avenida Liberdade, na região central da cidade, que matou um pedestre na quinta-feira (28). A administração expediu ordem para que o responsável pelo imóvel fizesse obra emergencial de escoramento da parede, sob pena de embargo da obra.

A vistoria aconteceu após um primeiro acidente, em que parte da marquise atingiu a vendedora Deusa Machado dos Santos, de 36 anos. Após a ordem para realização da obra, a construtura Construt entrou com pedido para Execução de Obra de Emergência. A partir daí, segundo a prefeitura, a responsabilidade era do construtor.

O engenheiro civil Carlos Eduardo Lopes de Oliveira, que se apresentou como responsável pela obra, minimizou o primeiro acidente, após prestar depoimento no 1.º DP (Sé).

— Caiu uma pedrinha da fachada e a prefeitura nos intimou a regularizar. Entramos com uma comunicação de obra emergencial e efetuamos os tapumes. Estávamos fazendo os processos que deveriam ser feitos.


Oliveira afirmou também que a obra estava em situação regular.

— Existe uma autorização, tem cinco pedidos dentro da regional, que já foram apresentados durante o depoimento. A prefeitura tem um prazo normal de tramitação dela. Tenho um protocolo em novembro, outros dois em dezembro.

Ele disse que existe a possibilidade de vazamentos na rede pública de água e esgoto terem causado o problema. Segundo Oliveira, que também é sócio da construtora que tocava a obra, a Sabesp foi acionada pelo menos 15 vezes para checar os vazamentos.

— Já havia algum indício, tanto é que temos vários protocolos na companhia concessionária pedindo para verificar, todos eles registrados.

Há muita água acumulada no terreno. A Sabesp classificou como "irresponsáveis" as afirmações do engenheiro. "Não há qualquer evidência de vazamentos prévios ao desabamento e, do ponto de vista técnico, diante das condições da região, é absurdo afirmar a relação de desabamento de um prédio com um eventual vazamento de uma rede de 5 cm de raio", afirma a concessionária, em nota. A Sabesp diz ainda que não há rede da concessionária debaixo do imóvel, somente na via pública, e que atendeu às solicitações do proprietário.