domingo, 13 de outubro de 2013

Governador de Buenos Aires pode suceder Cristina



Analistas políticos argentinos concordam que a partir do dia 28 - dia seguinte às eleições parlamentares que definirão o mapa do poder dos próximos dois anos no país - começa a campanha para as eleições presidenciais de 2015. E nesta maratona, o principal presidenciável é o governador da maior província, a de Buenos Aires, o peronista Daniel Scioli, um kirchnerista "light" que conta com a simpatia dos mercados. Scioli, que fez da paciência seu principal insumo político, é um dos políticos argentinos que exercita a arte do consenso, algo raro no país marcado pela política do confronto.

A presidente Cristina Kirchner não aceita Scioli, em quem nunca confiou. No entanto, ela está cada vez mais frágil, já que seus aliados cancelaram os planos de reforma constitucional para permitir reeleições ilimitadas (o plano denominado "Cristina eterna"). Além disso, na segunda-feira foi internada para retirar um hematoma próximo ao cérebro (cirurgia realizada na terça). Ela estará de licença médica por um mês, fora da arena política.

Um dos históricos kirchneristas, Carlos Kunkel, admitiu na quinta-feira, 48 horas após a cirurgia: "Cristina não é imprescindível". Jorge Landau, outro histórico peronista, articulador leal do kirchnerismo (que no passado também declarou fidelidade aos ex-presidentes peronistas Carlos Menem e Eduardo Duhalde), declarou, sem sutilezas, que após as eleições parlamentares começa a corrida eleitoral pela presidência. As informações são do jornal

certa elas




Terceira idade se joga nas redes sociais
Velhos hábitos continuam, como exibir fotos da família ou papear com amigos, só que agora pela rede mundial de computadores


Na semana passada, o computador de Sebastiana Martins, de 78 anos, ficou estragado por três dias. Foi um tempo de agonia. "Parece que eu tô sem roupa, bem!", disse ela à reportagem na terça-feira passada. "O estabilizador liga, mas a CPU está fazendo um barulho muito estranho, vuuum, vuuum..." A aposentada estava, então, privada de um dos passatempos mais divertidos que encontrou nos últimos anos: fazer pesquisas no Google, "puxar" música no YouTube, checar e-mail e conversar com alguns de seus 107 amigos no Facebook.

Apesar de ter nascido 60 anos antes do início da internet no Brasil, Sebastiana é usuária ativa da rede mundial de computadores. A barreira do contato com a máquina ela venceu há alguns anos - basta ver a familiaridade da ex-costureira com a descrição das peças que compõem um PC e a sua disposição para mexer no Mac da neta Raquel. Nem o vocabulário digital é segredo para ela. "Adoro receber pps", diz. Pps é a terminação de arquivos gerados pelo Power Point no formato de apresentação de slides.

A avó entende até o que é mensagem privada no Facebook. "Ah, se quiser me achar lá (na rede social), eu sou uma senhora linda de cabelos brancos. Mas procura pelo nickname. Meu nickname é Lelé."

Embora a atividade virtual de Lelé impressione, ela não é uma entre poucas avós "conectadas". Segundo a empresa de pesquisa comScore, 84,2% dos internautas brasileiros acima de 55 anos estão presentes no Facebook, conforme levantamento de agosto. Nesse mês, cada um deles gastou, em média, 586 minutos na rede social, ou seja, 19 minutos por dia (veja tabela).

A presença significativa na rede é uma consequência do crescente acesso dos mais velhos à internet. Apesar de responder pela menor parcela de internautas, o número de pessoas acima de 50 anos na web cresceu 222,3% entre 2005 e 2011, para 8,1 milhões, segundo o IBGE. Trata-se de um público que frequenta sites de notícias, faz compras online e muitas vezes mantém contato com filhos por serviços como Skype.

Para Cristina Fogaça, mestre em gerontologia e diretora da Faculdade Aberta para a Maturidade Ativa (Fama), a imersão da terceira idade nesse ambiente virtual resulta da mais fácil assimilação das novas tecnologias hoje. "Tecnologia não é mais um bicho de sete cabeças para eles como era antigamente", diz. A especialista conta que suas alunas são encontradas facilmente no Facebook fora do horário de aula e que há algumas que, durante passeios, publicam foto no site e na mesma hora recebem várias "curtidas" e palavras de incentivo.

As irmãs Lima conhecem bem esse tipo de interação online - e não só via Facebook. Ivani, de 59 anos, Jandira, 67 anos, Irani, 69 anos, Iracy, 74 anos, Jacyra, 77 anos, se encontram online todos os dias para jogar tranca. "Às vezes a gente fica até uma hora da manhã jogando", diz Irani.

Com exceção de Irani, que se diz "fuçona" e desmonta o computador para limpar a parte de dentro, as irmãs contam com a ajuda do sobrinho Ricardo para descobrir o mundo da web. Gerente de projetos da IBM Brasil e colunista voluntário do Portal da Terceira Idade, ele fala com encanto do modo como suas tias e outros familiares abraçaram as novas tecnologias. "Meu sogro, de 64 anos, é aposentado, mas trabalha como temporário em feiras de exposição para as quais ele se candidata online."

Desafio. Antes de encarar a internet, existe o desafio de encarar o novo universo de um computador, com sua área de trabalho, atalhos, pastas e navegadores. Segundo pesquisa do Ibope Media, mais da metade dos brasileiros entre 65 e 75 anos dizem ainda se sentir confusos com computador, apesar de 28% se manterem atualizados com os avanços tecnológicos.

O medo de estragar o equipamento e instalar vírus estão entre os receios mais comuns no início do aprendizado, segundo professores de informática. William Henrique, que ensina idosos há 15 anos, diz que seus alunos se dividem em duas categorias: uma delas nunca teve contato com computador e a outra tem noções da informática de anos atrás. "Alguns aprenderam a usar o MS-DOS e a linguagem BASIC, já completamente obsoletos, só para você ter uma ideia."

Por isso, diz ele, paciência e respeito ao ritmo são ingredientes fundamentais. O PC de Lelé, por exemplo, não estava estragado. A máquina não estava ligando porque, provavelmente, Lelé estava demorando com o dedo no botão da CPU.

e se todos fosse assim...



Um grupo de jovens (sete deles posaram para a foto acima) fundou, em 2012, a Arcah – Associação de Resgate à Cidadania por Amor à Humanidade. Principal objetivo? “Recuperar moradores de rua e capacitá-los como mão de obra especializada, proporcionando uma reinserção saudável no mercado de trabalho e também na vida”, explica Filipe Sabara. “Estamos trazendo para o Brasil um modelo inspirado na ONG italiana San Patrignano, responsável pela recuperação de mais de 80 mil pessoas na Europa”, conta Eduarda Derani. “A ideia foi criar uma versão do programa adequada às realidades do nosso país”, completa Gustavo Guzzardi. Terça-feira, no Trivento, a trupe faz seu primeiro jantar-bingo beneficente. Com os recursos, planeja comprar uma fazenda – para instituir os processos de reabilitação.



mais uma do PCC



Mulheres levam ordens de presos às ruas
PCC cria sistema de comunicação alternativo ao celular e recorre a companheiras e advogados para manter sintonia dentro da facção

O crime organizado criou um sistema de comunicação alternativo ao telefone celular para manter os negócios em funcionamento sem a interferência da polícia e do Ministério Público Estadual (MPE). É o chamado "bate-bola" - envio de mensagens de dentro do presídio para as ruas. O sistema é dominado por integrantes da cúpula da facção que exercem a função de "sintonia da rua" - ou seja, mantém a coesão e a ordem segundo as normas da facção entre presos ou bandidos livres.

De acordo com as investigações do MPE, os criminosos da cúpula mandariam "pipas" para as ruas, como são chamados os bilhetes por meio de mulheres, as pontes. "Essas mulheres levam semanalmente os bilhetes ocultos nos órgãos genitais para dentro dos presídios e após a "visita" trazem a resposta para os comandados na rua", afirmaram os 23 promotores de todos os Grupos de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaecos) no Estado de São Paulo.

Para manter o fornecimento de celulares nas cadeias, a facção comprou um "portal", como os detentos chamam os detectores de metal iguais aos usados por bancos. O objetivo era fazer testes para encontrar uma forma de passar telefone pelo detector sem o aparelho ser percebido. A operação, aparentemente custosa, tinha como objetivo diminuir os gastos da facção, pois agentes corruptos estavam pedindo até R$ 25 mil para deixar entrar um único telefone na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde está presa a maioria da cúpula do PCC.

Se há a necessidade de contato mais rápido, os bandidos mobilizam advogados que servem de pombo-correio para o crime.

Quando precisou reagir ao que considerava "ações covardes da PM" que estaria executando bandidos, a direção do PCC decidiu usar o celular para passar uma ordem a todos os seus integrantes em liberdade. Era um "salve geral" em 2012.

A investigação detectou a ordem para matar PMs em vingança - ao todo, 106 foram assassinados. Às 23h40 de 13 de agosto do anos passado, o preso Jonathan da Silva Santana, um dos acusados de ser responsável pela Sintonia do Interior repassou a ordem para um de seus subordinados. Por ela, para cada criminoso assassinado por PMs, dois policiais deviam morrer e, para cada bandido preso por meio de provas forjadas, um PM devia ser morto.

Balanço. Com as investigações, os promotores esclareceram dezenas de crimes a partir das ordens da cúpula do PCC. Ao todo, nos três anos e meio de investigações 82 armas (47 fuzis), 64 veículos, R$ 1 milhão e 4,7 toneladas de drogas foram apreendidos. Foram presas 144 pessoas. "Tudo isso no período compreendido entre o mês de junho de 2010 até o ano de 2013, demonstrando assim, a estabilidade da organização até a presente data."