domingo, 29 de setembro de 2013

solidariedade




Taquarituba vive mutirão solidário
Cidade atingida por tornado recebeu 2 mil cestas básicas, além de 40 mil peças de roupas e material de construção de doações

Uma onda de solidariedade varre Taquarituba, cidade de 23 mil habitantes no sudoeste paulista atingida por um tornado há uma semana. Doações de todas as partes do Brasil enchem o ginásio de esportes e lotam o almoxarifado da prefeitura, além de igrejas, transformadas em centros de atendimento. Até sexta-feira, havia alimentos para 2 mil cestas básicas, mais de 40 mil peças de roupas e uma dezena de caminhões com material de construção.

A coordenadora da distribuição, Natali Fonseca, chegou a recusar mais roupas e cobertores. "Pedi para quem já está com material arrecadado que distribua na própria cidade, em vez de mandar para cá." A conta SOS Taquarituba, aberta no Banco do Brasil, havia recebido mais de R$ 120 mil em doação.

Os números da tragédia, registrados até sexta-feira pela Defesa Civil e pela prefeitura, eram de prejuízo de até R$ 200 milhões, incluindo o período de paralisação na produção. O Estado vai ajudar a reconstruir a rodoviária, o galpão de agronegócios e o centro esportivo.

Mas a sociedade civil também se organizou: empresários se uniram ao padre José Sérgio de Lima, da Paróquia de São Roque, para atender os moradores do bairro Santa Virgínia, uma das regiões pobres mais atingidas. Cerca de cem voluntários arrecadam e distribuem alimentos, roupas de cama, cestas básicas e materiais de construção.

"Só telha". O padre, que juntou uma equipe e varreu lixo e entulho das ruas, vai pessoalmente às casas ver as necessidades e coordena o atendimento. Há quatro anos na cidade, ele diz seguir a diretriz do papa Francisco, de que "o padre tem de estar com o povo". Somente no bairro foram entregues 480 cestas básicas e 11 mil telhas. "As telhas a gente não entrega, vai lá e ajuda o morador a refazer o telhado", disse.

Rita de Cássia Antunes, de 25 anos, conseguiu recobrir a casa e recebeu dois cobertores e uma cesta básica. "Ainda faltam móveis, mas estou podendo voltar para casa", disse, após passar cinco dias no abrigo com o filho e o irmão pequenos.

As telhas ainda são uma marca do que aconteceu. Quando as de sua casa no Jardim Santa Virgínia começaram a cair, a doméstica Daniela Cristina de Paula Leite, de 18 anos, pegou o filho David, de 2, e se escondeu sob a cama. Ela conseguiu puxar o cachorro, um poodle, que ficou preso sob um pedaço de Eternit. Seu irmão, Juninho, de 8 anos, ficou embaixo da mesa e acabou ferido por um caco de telha.

O forneiro Lázaro Marcelo do Prado estava sozinho na cerâmica retirando tijolos do forno, quando tudo começou a sacudir. "Eu me escondi num corredorzinho e só vi telha, tijolo e madeira voando. Quando saí, estava tão atordoado que sentei no chão." Contratado há um ano, espera não perder o emprego. "Tenho filhos pequenos."

O serralheiro João Augusto Bernal foi dispensado provisoriamente e ainda não se acostumou à nova rotina. "Quem tem hábito de levantar cedo não consegue ficar na cama", diz. A oficina em que trabalhava foi destruída e não há previsão de retorno ao trabalho. Ele agora oferece ajuda para reconstruir casas.

Empresários. Já no distrito industrial as empresas que tiveram prejuízo ainda não sabem como vai ficar a produção a partir de agora. "As taxas que o Estado ofereceu estão altas e a maioria não aceitou", disse o empresário Sandro Garcia, do setor de alimentos.

Já o prefeito de Taquarituba, Miderson Miléo (PSDB), disse que o programa do Estado atenderá a 80% dos pequenos empresários. Para as empresas maiores, ele busca financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal (CEF). "Ninguém vai ficar sem recurso para recomeçar", prometeu.

violencia sem fim




Homens armados matam ao menos 50 alunos em faculdade na Nigéria
Ataque ocorreu nesta madrugada enquanto estudantes dormiam; grupo islamita seria autor da ofensiva


Ao menos 50 pessoas morreram em um ataque contra uma universidade no nordeste da Nigéria, no Estado de Yobe, neste domingo, 29, segundo o reitor da Faculdade de Agricultura, Molima Idi Mato. A suspeita é de que as mortes tenham sido provocadas por integrantes do Boko Haram, grupo radical islâmico.

O ataque começou por volta de 1h (horário local) na área rural de Gujba, afirmou o reitor. "Eles atacaram nossos estudantes enquanto eles estavam dormindo em seus dormitórios, e abriram fogo contra eles", acrescentou.

Molima Idi Mato afirmou não ter o número exato de mortos porque as forças de segurança ainda estavam recuperando os corpos. O Exército da Nigéria retirou 42 corpos da escola e transportou 18 estudantes feridos para o hospital Damaturu, afirmou um funcionário da inteligência militar, que pediu anonimato.

Outros mil estudantes matriculados na faculdade fugiram do local, situado a cerca de 40 quilômetros ao norte da região onde ocorreram ataques similares a escolas na cidade de Damaturu, ressaltou o reitor.

Segundo ele, não há nenhum oficial das forças de segurança no colégio apesar das garantias do governo de que soldados seriam enviados. O comissário do Estado para Educação, Mohammmed Lamin, convocou uma coletiva de imprensa há duas semanas para pedir que todas as escolas fossem reabertas e prometeu proteção de soldados e policiais.

A maior parte das escolas na área fechou após militantes matarem no dia 6 de julho 29 estudantes e um professor, queimando alguns vivos em seus dormitórios, em Mamudo.

Desde maio, o governo nigeriano realiza uma ofensiva antiterrorista nos Estados de Yobe, Borno e Adamawa, após a intensificação dos atentados nessa região, onde atua o Boko Haram. Na quarta-feira, 20, um ataque causou a morte de 143 pessoas em uma estrada no nordeste do país.

mas quem diria ne...




OGX de Eike Batista prepara calote recorde de US$ 44,5 milhões
Mercado financeiro já dá como certo que empresa petroleira não pagará valor referente a juros que vence na terça-feira, dia 1


A empresa OGX Petróleo e Gás do empresário brasileiro Eike Batista está planejando não pagar juros no valor de US$ 44,5 milhões de um bônus que vencerá na próxima terça-feira,1, afirmou uma fonte. O calote dos juros já é amplamente esperado pelo mercado financeiro.

A OGX tem US$ 3,6 bilhões em bônus em circulação, e o calote (default) total da companhia será o maior já feito por uma empresa latino-americana.

O recorde é detido atualmente pelo Banco de Galicia y Buenos Aires S.A., da Argentina, que não pagou uma dívida de US$ 1,9 bilhão em 2012, de acordo com um relatório da Moody's Investors.

Nenhum porta-voz da OGX não foi encontrado para comentar o assunto. A companhia contratou consultores financeiros para reestruturar sua dívida, que inclui US$ 1,06 bilhão em bônus que vencem em 2022, e US$ 2,6 bilhões em bônus com vencimento em 2018.

O pagamento que vence no dia 1 de outubro, terça-feira, é dos juros sobre bônus para 2022, enquanto os bônus para 2018 têm um pagamento de cupom que vence em dezembro.

A companhia planeja pular a data do pagamento dos juros na terça-feira e aproveitar o período de carência para concluir negociações sobre a reestruturação da dívida, afirmou a fonte.

De acordo com as regras estabelecidas no prospecto para o bônus, após o calote do pagamento dos juros, a OGX ainda tem 30 dias para "sanar" o problema antes de sofrer qualquer punição.

Os principais credores da OGX já esperam um calote na terça-feira e desejam continuar as negociações sobre alternativas financeiras para a companhia, disse outra fonte.

A OGX pode também escolher entrar com um pedido de recuperação judicial nas próximas semanas, mas provavelmente perto do fim do período de carência, nos últimos dias de outubro, afirmou a primeira fonte. "Hoje, há 80% de chance de que a OGX buscará uma proteção judicial em breve", acrescentou.

Eike Batista, que já foi o homem mais rico do Brasil, perdeu a maior parte de sua fortuna nos últimos 15 meses em meio a uma profunda crise financeira desencadeada pela perda de confiança em sua capacidade de financiar o enorme conglomerado de infraestrutura que ele criou a partir do zero na última década.

A OGX precisa atualmente de até US$ 500 milhões e não tem acesso a novas linhas de crédito, afirmou uma fonte. A situação foi discutida com consultores financeiros em reuniões realizadas em Nova York, revelaram várias fontes.

A companhia levantou US$ 4,1 bilhões, em 2008, em uma Oferta Pública Inicial de Ações (IPO, na sigla em inglês). Em 2012, a OGX iniciou seu rápido declínio após dizer que não conseguiria cumprir as expectativas extraordinárias de produção que estabeleceu. No início deste ano, a empresa disse finalmente que a maior parte de seus campos de petróleo não eram economicamente viáveis e que tinha decidido paralisar atividades de desenvolvimento.

O valor das ações da empresa recuou mais de 90% até agora no ano. Os bônus da OGX estão sendo negociados atualmente por menos de US$ 0,18, em um reflexo das expectativas de que a companhia não honrará suas dívidas.

A OGX contratou as empresas de consultoria financeira Lazard e Blackstone Group para desenvolver alternativas de reestruturação com os credores, segundo fontes. Os credores da OGX já assinaram acordos de não divulgação, o que permitirá que eles revisem as informações não-públicas da empresa e tomem medidas na direção de um acordo de reestruturação, disse uma outra fonte. Com informações da Dow Jones Newswires.

concordo




'Brasil tem muito partido', diz Michel Temer
Para vice-presidente da República, 'número excessivo' de siglas 'não é útil para o País'


Na semana em que o Tribunal Superior Eleitoral legalizou o PROS e o Solidariedade, o vice-presidente Michel Temer considerou "politicamente inadequada" a criação de mais dois partidos e admitiu que até o seu PMDB perdeu "um pouco" a identidade. "Há muitas siglas partidárias no Brasil e esse número excessivo não é útil para o País", afirmou o vice.
Presidente licenciado do PMDB, Temer minimizou os embates com o PT nos Estados e disse que a parceria está "consolidada" para 2014. Embora o PSB de Eduardo Campos tenha anunciado a entrega dos cargos no governo Dilma, Temer torce para que o governador de Pernambuco não entre na disputa. "Se todos nós pudermos trabalhar para que ele não deixe a base governamental e eleitoral será muito útil para a aliança PT-PMDB", insistiu.

Leitor voraz e autor de poemas escritos em guardanapos de avião, Temer recorreu a uma analogia ao garantir que não tem receio de perder a vaga de vice. "Já andei em tantas estradas que, a essa altura, a vice não é coisa de vida ou morte." Com o PMDB prestes a ganhar o Ministério da Integração, ele disse que o partido está "preparado" para ter mais espaço em eventual segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.

O que o senhor achou da legalização de dois novos partidos, o PROS e o Solidariedade, no momento em que o PSB desembarca do governo?
No plano legal, é perfeitamente legítima a criação de novos partidos. Embora seja legal, politicamente é inadequado. Há muitas siglas partidárias no Brasil e esse número excessivo não é útil para o País. Aqui, os partidos perderam substância. Na época do autoritarismo, você tinha a Arena, a favor do status quo, e o MDB, contra. Quem aderia a um deles sabia o que estava fazendo. Hoje, com 32 partidos, eles perderam sua identidade.

O PMDB não perdeu?
O PMDB perdeu um pouco sua identidade. O que ele não perdeu foi a função de assegurar a governabilidade. Agora, nesses movimentos de rua, o que o povo queria? O povo passou a exigir uma democracia eficiente e o PMDB está trabalhando por isso

A presidente Dilma pode convencer o governador Eduardo Campos a mudar de ideia (sobre concorrer à Presidência) ou isso já está sacramentado?
Se todos nós pudermos trabalhar para que ele não deixe a base governamental nem eleitoral será muito útil para a aliança PT-PMDB.

O senhor não tem receio de perder a vice para o PSB, em nome da manutenção da aliança para a eleição de 2014?
Sob o foco pessoal, eu já andei em tantas estradas que, a essa altura, a vice não é uma coisa de vida ou morte, embora seja extremamente honroso trabalhar ao lado da presidenta Dilma. No plano político, vejo que se consolida cada vez mais a aliança PT-PMDB.

O PT e o PMDB estão em pé de guerra em vários Estados. Como montar palanques para a presidente desse jeito? No Rio, por exemplo, a situação é crítica.
Ainda é muito cedo. Temos hoje menos dificuldades do que no passado e capacidade maior de superá-las.

O PMDB diz que vai lançar Paulo Skaf (presidente da Fiesp) para o governo de São Paulo e o PT vai de Alexandre Padilha, ministro da Saúde. Skaf é "imexível" como candidato?
É imexível. Em São Paulo, vamos ter dois candidatos. Nós já fizemos isso na campanha pela Prefeitura. É estratégico para puxar bancada.

Que marca o governo Dilma tem para mostrar na campanha?
Em primeiro lugar, uma austeridade absoluta. Em segundo, não houve tropeço na economia. Enquanto o cidadão puder ir ao supermercado, botar o filho na escola, comprar um carro, a economia do cotidiano não mudou.

O senhor falou em austeridade, mas, depois da "faxina", partidos que foram defenestrados voltaram para o Ministério, como o PDT, o PR...
Acho que podem ter voltado partidos, mas não pessoas, não é?

Todos puseram pessoas ligadas às que saíram na faxina.
É... Mas você não pode pegar alguém que foi defenestrado e dizer que todos aqueles que estão nesse partido são suspeitos. Enquanto tivermos esse sistema político-partidário só se consegue governar com coalizão.