A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira, em Salvador, que o Brasil vive "uma democracia que respeita a diversidade, que é contra a discriminação". A declaração fez parte do discurso de inauguração da Arena Fonte Nova, terceiro estádio da Copa do Mundo de 2014 a ficar pronto no País.
Dilma lembrou que o bairro no qual a arena está instalada, Nazaré, é sede de algumas das mais importantes Igrejas Católicas da capital baiana, além de reunir centros de tradições judaicas e islâmicas e de ter esculturas que homenageiam os orixás do candomblé. "O bairro de Nazaré tem construída toda essa capacidade imensa do Brasil de conviver com a diversidade", avaliou.
De acordo com ela, a luta contra a discriminação no País está ligada ao crescimento do padrão de vida da população. "Um país que sabe que é capaz de lutar pela superação da pobreza tem de lutar pela superação de todas as formas de discriminação", disse. "Eu sempre destaco, quando me refiro à discriminação, a questão do acesso das populações marginalizadas, o problema das cotas raciais e sociais às universidades. Queria dizer que este país só é respeitado no cenário internacional porque ele se respeita e, por isso, talvez sejamos o país que melhor utilizou o crescimento econômico para elevar o padrão de vida de sua população."
Dilma também comparou o Brasil de 2013 ao de 1950, quando o País foi sede pela primeira vez da Copa do Mundo de Futebol. "Naquela época, à nossa frente ainda teriam anos horríveis de fechamento e ditadura", lembra. "Hoje não, somos uma democracia consolidada, uma democracia que cresce e, diferentemente do passado, quando cresce compartilha os frutos desse crescimento com a população e seu povo, com todos os cidadãos e cidadãs." A presidente disse sentir "orgulho" pelo novo estádio e afirmou que a nova arena mostra que o País está "superando expectativas". "Nós somos o País conhecido como sendo insuperável ali, naquele campo, mas estamos mostrando que nós somos também um País insuperável fora do campo "
Transportes
Na cerimônia, da qual participaram o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), o ACM Neto, o governador Jaques Wagner (PT) e sete ministros, a presidente também anunciou a liberação de R$ 1 bilhão do PAC da Mobilidade para o projeto chamado Vias Estruturantes, formado por dois corredores, com faixa exclusiva de ônibus. "Eles vão interligar o trecho urbano da BR-324 (a principal rodovia da Bahia) com a Avenida Paralela (a de maior tráfego em Salvador)."
Além disso, foi anunciado o acordo entre a prefeitura de Salvador e o governo do Estado para a transferência, da administração municipal para a estadual, da gestão da Companhia de Transportes de Salvador (CTS), responsável pelo metrô - em obras há 12 anos, ainda sem ter sido inaugurado - e do sistema de trens do Subúrbio Ferroviário. Segundo o governador, porém, ainda não há previsão de inauguração do metrô.