quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Cientistas facilitam criação de célula-tronco pluripotente sem embriões




Dez anos atrás, a polêmica sobre a ética das pesquisas com células-tronco embrionárias humanas estava no auge. Até que, em 2007, um grupo de pesquisadores japoneses acalmou os ânimos – e praticamente sepultou o debate – com uma técnica revolucionária, que permitia transformar células da pele em células pluripotentes, equivalentes às embrionárias, com capacidade para se transformar em qualquer tipo de tecido do organismo, sem a necessidade de mexer com embriões humanos. Conhecida como iPS (células-tronco de pluripotência induzida), a técnica foi rapidamente adotada por dezenas de laboratórios ao redor do mundo e rendeu ao seu criador, Shinyia Yamanaka, o Prêmio Nobel de Medicina em 2012, em reconhecimento do seu incrível potencial para a compreensão e o tratamento de uma enorme variedade de doenças.

Agora, passado pouco mais de um ano da premiação, uma nova revolução em potencial se apresenta nas páginas da revista Nature: uma nova técnica, também desenvolvida por japoneses, que permite transformar células adultas em células embrionárias (indiferenciadas e pluripotentes) de maneira ainda mais simples, apenas com uma modificação do pH do líquido no qual as células são cultivadas em laboratório. As células iPS, em comparação, são produzidas por meio de uma reprogramação genética induzida pela introdução de genes indutores de pluripotência no genoma da célula adulta, o que exige o uso de vetores virais para levá-los até o núcleo celular.

As células produzidas pela nova técnica foram batizadas de STAP, sigla em inglês para “pluripotência adquirida por estímulo” (stimulus-triggered acquisition of pluripotency), e as pesquisas foram lideradas por Haruko Obokata, do centro de pesquisas RIKEN, no Japão, e da Escola de Medicina de Harvard, nos EUA.

A técnica está descrita em dois trabalhos, publicados simultaneamente pela Nature. No primeiro, os pesquisadores mostram que é possível induzir a reprogramação de células adultas em células pluripotentes apenas pela exposição delas a um meio de cultura mais acídico (de pH mais baixo), sem a necessidade de introduzir novos genes (ou qualquer outra coisa) no seu DNA. As células reprogramadas foram introduzidas em embriões de camundongos e deram origem a animais quiméricos, com as células STAP incorporadas a todos os seus tecidos — comprovando que elas eram, de fato, células pluripotentes.

Eternidade. Para serem consideradas equivalentes às células-tronco embrionárias, porém, ainda faltava uma característica: a capacidade de autorrenovação (de se multiplicar eternamente, sem perder seu estado indiferenciado). Sem isso, as células STAP seriam de pouco uso prático para pesquisa, pois viveriam apenas por alguns dias e não seria possível estabelecer linhagens permanentes, como se faz com as células iPS. Por isso foi feito o segundo trabalho, em que os pesquisadores mostram que é possível induzir essa autorrenovação colocando as células reprogramadas em um meio de cultura usado para cultivar células pluripotentes — ou seja, também por meio de estímulos externos, sem introduzir nada de novo nas células.

Ambos os trabalhos foram feitos apenas com camundongos. A técnica não foi testada ainda em células humanas — a expectativa é que ela funcione da mesma forma, claro, mas não há como ter certeza disso até que os experimentos sejam feitos, revisados e comprovados. Esse foi o caminho percorrido por Yamanaka com as células iPS: o primeiro trabalho, feito com células de camundongos, foi publicado em 2006; um ano depois, veio a confirmação em células humanas.

Se as células STAP seguirem esse mesmo caminho, elas poderão ampliar e acelerar ainda mais as pesquisas com terapia celular ao redor do mundo. “A descoberta inesperada de que um estímulo físico pode induzir a reprogramação de células a um estado de potência irrestrita abre a possibilidade de se obter células-tronco específicas de pacientes por meio de um procedimento simples, sem manipulação genética”, observa Austin Smith, pesquisador do Wellcome Trust e da Universidade de Cambridge, em um artigo que acompanha os estudos na Nature.

Em resumo, qualquer pessoa poderia produzir células-tronco do seu próprio porco por meio de um método extremamente simples e barato, passível de ser realizado em qualquer laboratório. Imagine só!

desespero...





Google vende Motorola para a Lenovo
Negócio ainda precisa ser aprovado pelas autoridades americanas; valor da aquisição foi de US$ 2,9 bi

O Google anunciou nesta quarta-feira, 29, a venda sua unidade de aparelhos celulares Motorola Mobility para a chinesa Lenovo. O valor do negócio, de US$ 2,91 bilhões, foi confirmado no blog oficial do Google e em um comunicado da Lenovo.
Segundo a Lenovo, US$ 660 milhões serão pagos em dinheiro e US$ 750 milhões em ações ordinárias da fabricante. O US$ 1,5 bilhão restante será pago através de nota promissória com prazo de três anos.
Em seu blog, o Google explicou que o mercado de smartphones é “super-competitivo” e que para prosperar é necessária dedicação total. “Por isso, acreditamos que a Motorola será melhor servido pela Lenovo”.
O Google concluiu a aquisição da Motorola Mobility em maio de 2012. O processo de compra foi iniciado em 15 de agosto de 2011, mas teve que esperar o sinal verde de autoridades reguladoras. A quantia paga na época foi de US$ 12,5 bilhões,  quatro vezes mais do que o valor da venda atual.
Sob o comando do Google, a Motorola lançou os bem avaliados smartphones Moto X e Moto G, que vem com seu sistema de reconhecimento de voz Google Now. A divisão, porém reportou prejuízo de US$ 248 milhões no terceiro trimestre de 2013 e perdas de US$ 192 milhões no ano anterior.
Patentes
Em seu comunicado, a Lenovo diz que a compra vai “fortalecer de maneira significativa” sua posição no mercado de smartphones. Com a Motorola em mãos, a gigante chinesa ganhará cerca de 2 mil patentes na área de comunicação móvel. O Google ficará, entretanto, com a maior parte do portfólio de patentes da Motorola, que poderão ser utilizadas pela Lenovo através de um acordo de licenciamento.
O negócio expandirá a presença da chinesa nos mercados de tablets e smartphones dos Estados Unidos e Europa.
IBM
Na semana passada, a Lenovo fechou acordo para comprar a unidade de servidores de baixo custo da IBM em um negócio avaliado em US$ 2,3 bilhões. Foi a maior aquisição já feita por uma empresa de tecnologia chinesa.
Em outra aquisição histórica, a Lenovo comprou em 2005 a divisão ThinkPad PC, também da IBM, por US$1,75 bilhão.
A Lenovo se tornou a maior vendedora de PCs do mundo no segundo trimestre de 2013, segundo dados das consultorias IDC e Gartner.

melhor que o Bolsa Familia




‘Minha Vaca, Minha Vida’: microcrédito tira família da pobreza
Modalidade de financiamento ao microprodutor dispara 68% em 2013 e favorece a ascensão social no Brasil

Um empréstimo de R$ 100 aqui, outro de R$ 1 mil acolá. De pouco em pouco, o microcrédito destinado aos microempreendedores alcançou em 2013 seu saldo em carteira recorde: R$ 4,8 bilhões. Do fim de 2012 ao do último ano, os financiamentos aos pequenos produtores subiram nada menos que 68%. Enquanto isso, os repasses aos consumidores, em tendência de queda desde 2010, recuaram mais 39% no ano passado - leia o "histórico", mais abaixo. No total, entre microempreendedores e consumidores, o saldo em carteira do microcrédito subiu 42% em 2013.

Perto do saldo total do crédito direcionado no País, de R$ 1,2 trilhão no mesmo mês, o microcrédito é, de fato, "micro". Mas é "macro", no entanto, por sua função social.

"O mercado de trabalho não supre toda a necessidade de vagas", diz o presidente da Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (Abcred), Almir da Costa Pereira. "Por isso, um cliente típico de microcrédito produtivo é aquele que não tem condição de empregabilidade e busca como alternativa abrir um negócio próprio e se tornar um microempreendedor."

Os microempreendedores urbanos mantêm, por exemplo, pequenas lojas, confecções, mercearias e salões de beleza nas periferias. Na zona rural do Brasil, quem recebe os financiamentos são produtores, normalmente, com mínimas condições de sair sozinhos das classes D e E.

A paranaense Beatriz Rocha, de 37 anos, está entre esses brasileiros. Mãe de três crianças entre 2 e 11 anos, mora num barraco de madeira de 20 metros quadrados, na cidade de Santo Antônio do Sudoeste, divisa do Paraná com a Argentina. Com um empréstimo de R$ 3 mil adquirido no banco Fomento Paraná, pôde comprar um freezer e uma vaca - de nome Ariana. Somada às outras duas vacas que já tinha comprado com ajuda do programa Bolsa Família, do governo federal, a dona de casa pôde iniciar pequena produção, vendida a uma cooperativa da região.

Para Antonio Mendonça, diretor executivo do Banco do Povo Paulista (BPP), ligado ao Governo do Estado de São Paulo, o microcrédito faz parte da "revolução social" observada no Brasil nos últimos anos. Embora ainda não seja possível calcular o tamanho do impacto do acesso ao microcrédito na inserção de mais de 40 milhões de brasileiros nas classes consumidoras desde a última década, ele não tem dúvidas da importância da modalidade. "O microcrédito é responsável por mudar a vida de muitas famílias", diz.

O BBP realizou entrevistas com microempreendedores para avaliar seus serviços. De acordo com a pesquisa, 98,9% dos clientes entrevistados dizem que seus negócios melhoraram após tomarem microempréstimos; 79,2% tiveram aumento de faturamento; e outros 95,8% disseram que suas vidas melhoraram após os financiamentos.

O BBP oferece linhas de microcrédito entre R$ 200 e R$ 15 mil e dez minicursos voltados ao microempreendedor. Diz atender hoje 74 mil famílias em 514 municípios. Tem saldo em carteira de R$ 290 milhões, com recursos do Estado e dos municípios. "As parcerias são feitas com prefeituras de diversos partidos, aliados ou não", diz Mendonça.

Histórico. Em 2007, início da série histórica do Banco Central, o microcrédito no Brasil era majoritariamente voltado ao consumo: 75% do total. E, embora o crescimento econômico do País tenha sido estimulado pela demanda desde a última década, a partir de 2011 o cenário do microcrédito mudou radicalmente. Hoje, 89% dos empréstimos é para microempreendedores.

O microcrédito ao microempreendedor é oferecido basicamente por Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips de microcrédito); programas do governo federal (como o Crescer) e de governos regionais (como o Paraná Juro Zero e o Programa de Microcrédito Gaúcho); ou diretamente em bancos públicos ou privados.

Os financiamentos são de baixo valor - a partir de R$ 100. Os juros giram na casa dos 5% ao ano - bem abaixo do juro médio de 29% do ano passado. Na região Nordeste, onde o Banco do Nordeste consolidou o programa Crediamigo nos últimos 15 anos, por exemplo, o tíquete médio dos empréstimos em 2013 foi de R$ 1,2 mil.

Principalmente por meio da atuação das Oscips de microcrédito, os empréstimos incluem parcela da população excluída do sistema financeiro comum. É gente que não tem garantias de patrimônio ou renda. O compromisso de pagamento é baseado na confiança ou na atuação de grupos solidários (conhecidos que garantem o pagamento uns dos outros).

'Microinadimplência'. Ao contrário do senso comum, esses empréstimos para quem quer (e tem) pouco dinheiro têm taxa de inadimplência igual ou menor que a do sistema financeiro em geral. Somados os consumidores e os microempreendedores, a inadimplência do microcrédito foi de 6,94% - em linha com a taxa de toda total de toda a economia brasileira em 2013, de 6,7%, de acordo com o Banco Central.

"No microcrédito produtivo orientado, temos profissionais agentes de crédito que acompanham os empreendimentos para oferecer o crédito acertado", avalia Pereira, da Abcred. Dessa forma, quem recebe o financiamento pode investir em algo que dará retorno". A inadimplência média dos empréstimos feitos via Oscips de microcrédito gira em torno de 3%, calcula a Abcred.

A taxa de inadimplência (mais de 90 dias de atraso) do microcrédito ao microempreendedor em dezembro foi de 5,34%. Para o consumidor, o registro é bem menos favorável: 20,77% de taxa de inadimplência. Ou seja, a orientação produtiva gera maior compromisso com os pagamentos que empréstimos feitos para mero consumo.


sem necessidade...





Banco Central começa a vender nesta quarta as moedas da Copa do Mundo
Exemplar mais caro, de ouro e com valor de face de R$ 10, custa R$ 1.180; as mais baratas serão vendidas por R$ 30


O Banco Central coloca à venda nesta quarta-feira, 28, moedas comemorativas da Copa do Mundo de 2014. São nove moedas diferentes: uma de ouro, duas de prata e seis de cuproníquel. A de ouro, que terá como temas a taça do Mundial e o momento do gol, custará R$ 1.180. O valor da face é 10 reais. A moeda de prata, por sua vez, corresponde ao valor de 5 reais. O preço será de 190 reais. As restantes, todas de 2 reais, poderão ser adquiridas por 30 reais.

Uma das moedas de prata apresenta o Fuleco, o mascote oficial da Copa, enquanto a outra traz uma homenagem às doze cidades-sede da competição. As moedas de cuproníquel (liga metálica de cobre e níquel) compõem a série "Jogadas do Futebol", retratando lances típicos do esporte: a defesa do goleiro, a cabeçada, a matada no peito, o passe, o drible e o gol. Também deve ser comercializada uma cartela com o conjunto das seis moedas de cuproníquel.

A maior moeda é a de prata, que tem diâmetro de 40 milímetros e 27 gramas. A tiragem inicial será de 12 mil unidades, podendo chegar a 20 mil. O Banco Central fará, no máximo, cinco mil unidades da moeda de ouro. Ela terá 16 milímetros de diâmetro e 4,4 gramas. No total, até 20 mil unidades da moeda cuproníquel devem ser feitas. Elas tem tamanho intermediário: 30 milímetros e 10,2 gramas.

As moedas poderão ser adquiridas no site do Banco do Brasil (www.bb.com.br) ou nas representações regionais do Banco Central. Nas regionais do BC, o pagamento deverá ser feito em dinheiro. Nas compras pela internet, o pagamento poderá ser feito por boleto bancário ou, se o comprador for correntista do Banco do Brasil, com débito em conta.