domingo, 28 de julho de 2013

Ei,o que e que ha velhinho?



1940 - Personagem Pernalonga aparece na TV pela primeira vezCoelho ganhou esse nome devido ao apelido de um dos desenhistas que o criou

Em 27 de julho de 1940 aparece pela primeira vez na televisão o personagem Pernalonga em um desenho animado com o nome de "Bugs Bunny", no curta metragem ‘The Wild Hare’, dirigido por Tex Avery. Foi neste ‘cartoon’ que exclamou o seu famoso bordão: “What's up, Doc?"(O que que há, velhinho?) dirigindo-se a Hortelino. Foi também o primeiro encontro de Pernalonga e Hortelino em seus formatos plenamente desenvolvidos.

Bugs Bunny, conhecido como Pernalonga no Brasil, é um coelho ou lebre antropomórfica, que aparece em vários curtas-metragens de animação das séries Looney Tunes e Merrie Melodies, produzidas pela Leon Schlesinger Productions, mais tarde Warner Cartoons em 1945. Ao todo, estrelou 163 curtas durante a Era de Ouro da animação norte-americana, além de várias aparições em outros filmes. Atualmente,  é o mascote da Warnes Bros., em especial de seu departamento de animação. Em 2002 foi escolhido pela revista TV Guide como o maior personagem de desenho animado de todos os tempos.

De acordo com o livro “Bugs Bunny: 50 Years and Only One Grey Hare”, Pernalonga nasceu em 1940, no Brooklyn de Nova York, criado por Tex Avery e Robert McKimson. De acordo com Mel Blanc, seu dublador original, Pernalonga tem um sotaque característico de Flatbush, que é uma equilibrada mistura dos dialetos de Bronx e Brooklyn. O famoso bordão "Eh… o que é que há, velhinho?" é dito enquanto mastiga uma cenoura com o canto da boca.

No transcurso da Segunda Guerra Mundial, o coelho se tornou altamente popular devido a sua característica grandiloquência e sua marcada oposição aos inimigos. Seu prestígio foi tal que muitos esquadrões norte-americanos o adotaram como mascote.

Em 1958 um curta de Bugs Bunny, ‘Knighty Knight Bugs’, obtém o Oscar como “Melhor Curta–Metragem de Animação” e o coelho se converte em importante personagem.


Muitos historiadores acreditam que Pernalonga pode ter tido sua personalidade influenciada por um personagem anterior de Walt Disney, um coelho chamado "Max Hare", desenhado por Charlie Thorson. Que apareceu pela primeira vez em um desenho de "Silly Synphonies" chamdo "The Tortoise and the Hare", dirigido por Wilfred Jackson.

Tex Avery, um dos criadores do Pernalonga, admitia ter copiado um pouco da personalidade do coelho "Max Hare", embora o design de Avery para o Pernalonga tenha ficado com uma aparência mais inocente, com o que melhor se encaixou ao seu jeito sarcástico.

O Pernalonga inicialmente seria chamado de "Happy Rabbit", somente depois é que ele ganharia o nome de Bugs Bunny nos Estados Unidos, por causa de um “model sheet" (papel com modelos de vários ângulos do personagem) desenhado por Ben Hardaway, cujo apelido era Bugs. Charlie Thorson escreveu na folha do desenho: "Bugs' bunny" ("o coelho de Bugs"), ao dar os créditos a Hardaway.

Quando foram impressos os cartazes promocionais para o cinema valeram-se exatamente a expressão "Bugs Bunny", que se tornou a marca oficial do coelho.

isso se ele ainda for o papa ne



Polônia é o próximo país a receber Jornada Mundial da Juventude

A Polônia será o próximo país a receber a Jornada Mundial da Juventude. O papa Francisco fez o anúncio neste domingo (28), durante a oração do Angelus, após a missa de Envio.

A cidade de Cracóvia (a aproximadamente 300 km da capital polonesa Varsóvia) foi escolhida como a próxima sede da JMJ.

"Queridos jovens, temos encontro marcado na próxima Jornada Mundial da Juventude, no ano de 2016, em Cracóvia, na Polônia. Pela intercessão materna de Maria, peçamos a luz do Espírito Santo sobre o caminho que nos levará a essa nova etapa da jubilosa celebração da fé e do amor de Cristo", anunciou o papa Francisco por volta de meio-dia.

O país tem importante representação na comunidade católica por ser também a terra natal de Karol Wojtyla, o papa João Paulo 2º, que será canonizado pelo Vaticano.



A Jornada Mundial da Juventude é considerada o maior evento católico do mundo e reúne milhões de fiéis cristãos pelos países onde é realizada. No Rio de Janeiro, o número de participantes neste domingo (28), último dia de atividades, foi estimado em 3 milhões de pessoas.

A primeira jornada foi realizada em 1986, em Roma. Desde então, o encontro, que tem entre os seus objetivos "dar a conhecer a todos os jovens do mundo a mensagem de Cristo", já passou por outras 11 cidades. Em 2011, em Madri, o evento reuniu cerca de 1,5 milhão de pessoas.

Número de jornadas gera controvérsia

Nos dois anos anteriores à realização da jornada em Roma, em 1986, ocorreram dois encontros internacionais da juventude na praça São Pedro, no Vaticano, ainda não nomeados de Jornada Mundial da Juventude. No encontro de 1985, o papa João Paulo 2º anunciou a instituição do evento para o ano seguinte.
A atual edição da JMJ é considerada a 13ª, mas o número causa controvérsia. Alguns incluem na conta os dois primeiros encontros realizados no Vaticano. Outros contabilizam eventos anteriores, fazendo com que o número de edições chegue a 28, incluindo a atual.

se cuida ein presidente



Derrubada de vetos presidenciais pode custar R$ 6,2 bilhões
Promessa de corte de gastos do governo pode esbarrar na ‘rebelião’ da base aliada

Com a nova fórmula de apreciação dos vetos presidenciais, o Congresso já acumula seis matérias que terão de ser obrigatoriamente votadas por deputados e senadores no próximo mês. Em quatro delas, parlamentares da base aliada começaram a articular a derrubada dos vetos da presidente Dilma Rousseff.

A rebelião dos aliados, no momento em que a relação com o Planalto está desgastada e a presidente teve uma queda de popularidade após as manifestações, pode custar, numa projeção mais conservadora, um rombo de pelo menos R$ 6,2 bilhões aos cofres da União por ano.

Antes do recesso parlamentar, o Legislativo decidiu que todos os vetos a iniciativas legislativas têm de ser apreciados pelo Congresso em até 30 dias, sob pena de trancarem a pauta. Nos últimos 15 dias, Dilma vetou 51 itens de três medidas provisórias, um projeto de lei e um projeto de lei complementar. A presidente ainda rejeitou na íntegra o projeto que acabava com a multa adicional de 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pago pelas empresas nos casos de demissão sem justa causa. O veto a essa norma e cada um dos itens do projeto terão de ser apreciados separadamente, em votação secreta.

Na provável pauta do Congresso em 20 de agosto, a sexta proposta legislativa que deve ir à votação, a queda da contribuição do FGTS custaria, nas contas do próprio governo, R$ 3 bilhões por ano.

Pressionados pelo lobby empresarial, parlamentares da base aliada já defendem abertamente a derrubada do veto. Para barrar essa articulação, o governo Dilma tentará ressuscitar uma proposta de vincular a multa adicional do FGTS ao programa Minha Casa, Minha Vida.

Desonerações. Outro motivo de apreensão no Planalto é a análise dos 31 itens vetados da Medida Provisória da Seca, a MP 610, que incorporou parte do conteúdo de outra MP, a 601. Esta última permitiu a desoneração da folha para uma série de setores produtivos.

Os parlamentares aproveitaram a tramitação da MP da Seca para, além de incluir novas desonerações, também prorrogar até o fim de 2014 a validade do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), que devolve a elas parte dos tributos sobre o faturamento com exportação.

Dilma vetou a maioria das inclusões dos parlamentares, como a prorrogação do Reintegra, que tem custo anual estimado em R$ 2,23 bilhões. Dessa forma, o regime especial vai vigorar só até o fim deste ano.

Insuflada por prefeitos e governadores, a base aliada também ameaça derrubar o veto parcial à nova lei de redistribuição de recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Os aliados querem que o Congresso restabeleça uma emenda que impede que as desonerações feitas pelo governo federal tenham impacto no bolo dos recursos do FPE e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A Confederação Nacional dos Municípios estima que só este ano, por causa das desonerações, o FPM perderá R$ 1 bilhão em recursos.

Educação. A pauta do Congresso ainda conta com vetos parciais a duas medidas provisórias que podem ter custos para o Executivo. O primeiro é o que permite a adesão de faculdades municipais particulares ao Programa Universidade para Todos (Prouni). Sem quantificar o custo dessa ampliação, o autor da emenda derrubada, deputado Mendonça Filho (DEM-PE), diz que a inclusão dessas instituições ampliaria "significativamente" o número de bolsas ofertadas e, consequentemente, os gastos da União.

Em seguida, os congressistas vão analisar o veto parcial à ampliação das desonerações na medida provisória da cesta básica, a MP 609. A presidente rejeitou a concessão de benefícios fiscais a produtos como carne de frango, pão de forma, biscoitos, molho de tomate e sucos. Não se tem uma estimativa do custo financeiro com essas isenções.

tipo...nao entendi



'Volta Lula não cola. Somos indissociáveis', diz Dilma
Presidente afirma que antecessor 'não vai voltar porque não saiu', considera reforma política 'pedido de todo mundo' e nega mudanças em ministérios

A presidente Dilma Rousseff disse que seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva "não vai voltar porque não saiu" da vida pública e que os dois são "indissociáveis". "Esse tipo de coisa não gruda, não cola. Falar em 'Volta Lula' e tal... eu acho que o Lula não vai voltar porque ele não foi."

Em entrevista publicada hoje pelo jornal Folha de S.Paulo, Dilma afirmou que tentativas de usar o ex-presidente como crítica a seu estilo não a incomodam "nem um pouquinho". Desde que pesquisas começaram a registrar queda de popularidade do governo, após as manifestações de rua de junho, ressurgiu no PT defensores de que Lula volte a disputar a Presidência.

Questionada sobre o resultado dos últimos levantamentos de intenção de voto e avaliações do governo, a presidente desconversou e disse saber "perfeitamente que tudo o que sobe, desce, e tudo o que desce, sobe".

Na entrevista, Dilma voltou a defender o plebiscito sugerido pelo governo, mas rechaçado pela maioria do Congresso. A presidente disse que a consulta popular daria mais legitimidade a mudanças na política. "Eu penso que é importante sair (o plebiscito). Se você não escutar a voz das ruas, terá novos problemas."

Sobre a crítica de que esse não era um tema reivindicado pelos protestos, Dilma argumentou: "Pois acho que tá todo mundo pedindo reforma política. As manifestações podiam não ter ainda um amadurecimento político, mas uma parte tem a ver com representatividade, valores, o que diz respeito ao sistema político".

Economia. A presidente negou que esteja pensando em cortar o número de ministérios, medida defendida por aliados de peso, como o PMDB. Segundo Dilma, isso não reduziria custos e atingiria pastas que foram criadas para defender o direito das minorias.

Dilma garantiu a permanência do ministro Guido Mantega na Fazenda. "E vocês podem me matar que eu não vou falar de reforma ministerial", disse.

Com um forte discurso de defesa da política econômica do governo, a presidente afirmou que sua equipe tomou todas as medidas para a "redução de custeio" e, ao falar de inflação, criticou o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso: "Cumpriremos a meta de inflação pelo décimo ano consecutivo. Sabe em quantos anos o Fernando Henrique não cumpriu a meta? Em três dos quatro anos dele (em que a meta vigorou)".

Para Dilma, a inflação está "cadente" e o desemprego, sob controle. A presidente disse ainda que é "tolice meridiana falar que o País não cresce puxado pelo consumo", mas concordou que é preciso investir mais.

Recado. Um ministro próximo à presidente disse que a entrevista deixou um recado: "Ela (Dilma) quer dizer que os cabeças ocas que falam 'Volta Lula' vão ficar falando sozinhos".

Para o ex-governador de São Paulo e vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman, Dilma está certa ao dizer que é "indissociável" de Lula, pois ela seria uma "criatura" do ex-presidente, "sem vida própria". Goldman também critica o fato de a presidente afirmar que a inflação está sob controle: "Essa é uma atitude de quem desconhece a realidade e tenta fugir do momento difícil pelo qual o País passa".

Sobre a intenção da presidente de manter o atual número de ministérios, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), afirmou que isso não mexerá no ânimo do seu partido de apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para limitar a 20 a quantidade de pastas.

como assim?



Dados do Fundo Mundial para Hepatites, da ONU, revelam que cerca de 90% dos brasileiros infectados pelo vírus simplesmente não sabem que têm a doença.

Entre eles, o próprio presidente do Fundo, o brasileiro Humberto Silva, que descobriu recentemente ser portador da hepatite C há 38 anos.

e so perceberam agora?



'Judiciário de beneficia de superávit de imagem'
Mensalão ajudou, mas sociólogo avisa: ele é um poder 'tão corrupto quanto os outros dois'


O Poder Judiciário foi o menos atingido pelos protestos ocorridos no País no mês passado. Em vários lugares ele chegou a ser festejado nas ruas, na figura do ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). Pesquisas de opinião realizadas após a grande onda de manifestações confirmam essa percepção. Um levantamento do Ibope destinado a medir anualmente o índice de confiança nas instituições mostra que, enquanto em julho do ano passado a porcentagem de pessoas com alguma ou muita confiança no Judiciário chegava a 59%, no mesmo mês desse ano ela desceu para 50%. Embora seja uma variação significativa, é muito menor do que a verificada com outros poderes. Em relação ao Legislativo, no mesmo período o índice variou de 35% para 25%.

A que se pode atribuir essa resistência do Judiciário aos protestos? Na entrevista a seguir, o sociólogo Aldo Fornazieri, diretor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, aponta algumas razões. A primeira delas seria "o superávit de imagem positiva" que o Supremo Tribunal Federal deu ao Judiciário com o julgamento do mensalão. Esse superávit, porém, na avaliação do sociólogo, é meramente circunstancial e já começou a desmoronar. "O Judiciário é tão corrupto e ineficiente quanto o Legislativo e o Executivo", diz ele.

A que atribui a ausência de ataques ao Judiciário nas manifestações de junho?

No momento dos protestos, o Judiciário, especialmente o Supremo Tribunal Federal, estava com um superávit de imagem positiva. Ainda havia um recall positivo em torno do julgamento do mensalão, o que tornava esse poder, naquele momento, a instituição de maior credibilidade.

Por que frisou 'naquele momento'?

Porque o Judiciário é tão corrupto quanto os outros dois poderes, o Legislativo e o Executivo. Recorrentemente surgem denúncias e escândalos nesta área. Envolvem muitas vezes a compra e a venda de sentenças. Se pegar o caso específico do Tribunal de Justiça de São Paulo verá que está envolvido com denúncias fortes, divulgadas na semana passada, sobre o pagamento de benesses indevidas, com o desvio de milhões de reais. Por outro lado, as tentativas de fiscalização do Conselho Nacional de Justiça enfrentaram forte resistência em São Paulo. Não há, portanto, a menor dúvida de que o Judiciário se equipara aos demais poderes em termos de corrupção.

Existiria algum outro motivo, além do mensalão, para o Judiciário ter sido poupado nos protestos?

Eu citaria mais duas razões. A primeira é que os escândalos do Judiciário não têm tanto destaque na mídia quanto os do Legislativo e do Executivo. Eles aparecem menos. A segunda é que o cidadão, de maneira geral, tem uma relação mais direta com o Legislativo e o Executivo - até porque é ele, cidadão, quem elege os representantes nesses poderes. No Judiciário, com exceção dos ministros do Supremo, as figuras são menos conhecidas. Se você citar os nomes dos juízes do Tribunal de Justiça de São Paulo, pouquíssimas pessoas vão identificá-los. A relação entre o Judiciário e os cidadãos, portanto, é mais difusa, o que atenua a fiscalização sobre esse poder.

Há menos percepção na sociedade sobre as falhas do Judiciário?

Sim. Além de tão corrupto quanto os outros poderes, o Judiciário é extremamente deficiente. Quanto demora o julgamento de um caso na Justiça? Pode demorar décadas. Já foram feitas tentativas, nos últimos quinze anos, de reforma dessa estrutura, mas os problemas continuam. O déficit de eficiência permanece.

O senhor inclui o Supremo nessa análise sobre deficiências?

Como já disse, o Supremo atravessou os protestos com a imagem razoavelmente boa, em função do mensalão. Logo em seguida, porém, começaram a surgir denúncias sobre uso indevido de equipamentos públicos por parte do próprio Joaquim Barbosa e de outros ministros. Nesse caso também a mídia não deu muita ênfase.

No caso de Barbosa, considera justas as críticas feitas a ele por ter recebido R$ 580 mil em benefícios atrasados? E quanto à polêmica da compra do apartamento em Miami? Apesar de existirem controvérsias nos dois casos, aparentemente não há ilegalidades.

Não há nada de ilegal também na maior parte das viagens de ministros em aviões da Força Aérea Brasileira. Só no primeiro semestre deste ano havia uma brecha de 1600 viagens em jatinhos para ministros e outras autoridades. O problema muitas vezes não é tanto o da legalidade - especialmente quando você considera que as leis no Brasil protegem muito os políticos e outros representantes públicos. O problema está mais relacionado à moralidade. Os poderes no Brasil são refratários à ideia de bons exemplos - e o Judiciário se enquadra nessa situação.

O que seria um bom exemplo?

Veja o caso do papa Francisco, que está visitando o Brasil. Quando abre mão do luxo e das benesses do poder, quando opta por um estilo de vida frugal e escolhe um carro mais simples para circular, ele se torna um símbolo disso que estamos falando, que é o bom exemplo. Na teoria, entre os filósofos, os políticos clássicos, sempre se enfatiza a necessidade de bons exemplos da parte dos governantes. Só assim eles contribuem para a melhoria da moralidade da sociedade. Não é isso que se vê no Brasil. Aqui os governantes são especialistas em dar maus exemplos.

Está falando em desperdício de recursos públicos?

Sempre. Quando a presidente Dilma Rousseff foi a Roma, para posse do papa, ela e sua comitiva se hospedaram no hotel mais caro da cidade, conforme os jornais divulgaram na época. Isso é um mau exemplo para a sociedade. Quando o Joaquim Barbosa, eventualmente, usa algum equipamento público para algo que não é relevante, também é um mau exemplo.

Voltamos à questão do que não é ilegal mas pode ser imoral.

Veja o caso dos carros mantidos por assembleias legislativas e câmaras de vereadores que buscam e levam os parlamentares para suas casas após o trabalho. Embora seja legal, o benefício e ilegítimo e imoral, porque o cidadão comum tem que pegar ônibus para ir ao trabalho. O poder público no Brasil está eivado desses benefícios ilegítimos e imorais. Isso se torna mais grave quando consideramos que a sociedade está carente de bons serviços.

Associa essa carência à queda nos índices de aprovação dos governos, como mostrou pesquisa do Ibope?

A pesquisa tratou dos governos federal e estaduais, mas se fosse estendida aos prefeitos o quadro não seria melhor. Há uma clara percepção da sociedade de que os governos não estão atendendo às necessidades fundamentais da população, como saúde, educação e segurança pública. Existe uma crise de governança eficaz no Brasil. Nesse rol também entra o mau uso do recurso público, que equivale a um tipo de corrupção. Quando o Judiciário paga benesses indevidas a seus representantes, quando usa carros de forma indevida e assim por diante, é uma forma de corrupção. Ela não se resume ao roubo de dinheiro público.

Fala-se muito no abismo que existiria entre governados e governantes. Isso se estende ao Judiciário?

Ele está completamente distante da sociedade. Os juízes estão numa redoma, na qual ignoram o que acontece ao seu redor e usam de forma indevida os recursos públicos. Muitos são permissivos com os que têm dinheiro e poder e rigorosos com pobres e desemparados.