A Comissão de Direitos Humanos aprovou nesta quarta-feira, 3, um requerimento verbal do pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para que o colegiado realize a partir de agora reuniões fechadas ao público em geral. Será autorizada a entrada apenas de deputados, servidores e profissionais da imprensa. Feliciano disse que adota a medida com o "coração sangrando". A reunião desta tarde já aconteceu nesse formato. O pastor disse ter recebido autorização do 1º vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), mas o petista diz que apenas foi informado do fechamento da sessão. Há dúvidas regimentais se é possível determinar o fechamento de todas as sessões.
"Faço isso com o coração sangrando, mas, se não for dessa forma, não conseguiremos trabalhar", disse Feliciano ao defender a aprovação do requerimento. Como só haviam apoiadores do pastor na reunião, a proposta foi aprovada em votação simbólica.
A segurança para a reunião de hoje foi reforçada e os manifestantes foram barrados. Do lado de fora, a Polícia Legislativa teve de agir para que ativistas não invadissem a sala da presidência da Comissão e o corredor que dá acesso ao plenário da Casa.
Após a sessão, Feliciano justificou a medida. "Não é reservado, é aberto com restrições. Semana passada nós tivemos tumulto e pessoas se machucaram", disse o pastor em rápida entrevista. Ele afirmou que poderá ser autorizada a entrada de representantes de alguns grupos se for feita uma identificação prévia, mas não esclareceu como essa autorização seria dada.
Durante a reunião, a comissão aprovou oito requerimentos. O primeiro deles foi de uma moção de repúdio ao comportamento homofóbico do presidente em exercício da Venezuela, Nicolas Maduro, que teria feito ataques dessa maneira a seu adversário na eleição, Henrique Capriles. Uma das acusações de manifestantes contra Feliciano é justamente de homofobia.
Outro requerimento aprovado foi o de uma viagem do pastor à Bolívia para tratar da situação dos 12 torcedores corintianos presos. Feliciano disse que só irão ao país vizinho após a reunião de líderes convocada para a próxima semana para discutir sua permanência no cargo. Questionado sobre se aceitaria algum pedido dos líderes, o pastor respondeu: "Desde que não seja para eu renunciar". O pastor comemorou o resultado da reunião. "Hoje foi sucesso".