domingo, 23 de junho de 2013

aqui o progresso ja chegou a tempos




Com ônibus grátis há dez anos, Agudos (SP) livra empresas de vale-transporte

Agudos (SP) se antecipou --e muito-- às manifestações pela tarifa zero no transporte público. Há dez anos, passageiros circulam de ônibus pela cidade de 34 mil habitantes sem pagar passagem.

Apesar da aprovação de moradores e empresas, ações de vandalismo levaram a prefeitura a equipar parte da frota com câmeras. A criação de um cartão de identificação também está em análise.

Diariamente, os 16 veículos da frota levam uma média de 9.000 pessoas. A prefeitura mantém 25 funcionários no setor --20 deles, motoristas.

Ao ser apresentada nas eleições de 2000, a proposta de tarifa zero do grupo político do ex-prefeito José Carlos Octaviani (PP) recebeu críticas e manifestações de descrédito. "Eu mesmo achava um absurdo", diz ele. "Hoje, é visto como obra social."

A prefeitura gasta R$ 120 mil por mês para manter o serviço. A cidade do centro-oeste paulista tem orçamento anual de R$ 92 milhões.

O atual prefeito, Everton Octaviani (PMDB), sobrinho do ex, afirma que não é fácil manter o benefício. "É pesado. Hoje, a passagem custaria no mínimo R$ 1,50. Com a economia, o morador pode ter alimentação e vestuário melhor, por exemplo. Tem grande alcance social."

E político também. Ao disputar a reeleição, em 2004, Octaviani obteve 68% dos votos válidos, ante 33% na primeira eleição, antes da gratuidade. Quatro anos depois, elegeu o sobrinho, um jovem inexperiente na política.

Em 2012, as eleições foram mais inusitadas: Everton foi o único candidato.

O transporte gratuito chama tanta atenção que há até quem tenha escolhido Agudos para morar por isso, como o pintor de móveis Moisés de Moura, 27, há seis meses na cidade.

A possibilidade de economizar fez com que trocasse São Manuel pela cidade vizinha. "Agudos mostra, numa época difícil, que dá para ter transporte gratuito", diz.

O serviço também atrai empresas, que ficam livres de gastos com vale-transporte.

A Provence, confecção de lingerie de Bauru (SP), instalou sua fábrica numa área de 5.000 m². "A redução nas despesas com transporte foi significativa", diz a empresária Marinez Conticelli Manflin.

Para manter o transporte gratuito, o prefeito diz que é preciso conter despesas. Os cargos de confiança, por exemplo, caíram pela metade em 13 anos.

OUTRAS CIDADES

Em Ivaiporã (a 400 km de Curitiba), com 31,8 mil habitantes, o transporte é gratuito há 12 anos. Segundo o prefeito Luiz Carlos Gil (PMDB), o "passe livre" custou R$ 520 mil em 2012 aos cofres públicos. O orçamento anual do município é de R$ 50 milhões.

Em Pitanga (a 338 km de Curitiba), com 32,6 mil habitantes, o serviço gratuito começou em fevereiro de 2012, com números mais modestos. Dois ônibus levam cerca de 400 usuários por dia, a um custo de R$ 12 mil mensais.

Polícia Civil identifica sete suspeitos de depredar o Itamaraty

Apenas um dos nomes foi divulgado; os outros ficam em sigilo até a conclusão do inquérito


A Polícia Civil do Distrito Federal já identificou os nomes de sete suspeitos de depredar o Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, durante manifestação popular na última quinta-feira (20).

Dos suspeitos, apenas um teve o nome divulgado: Cláudio Roberto Borges de Souza, 32 anos. Ele aparece de camiseta laranja no dia da manifestação, e já cumpre pena de prisão domiciliar por furto. As investigações sobre ele serão encaminhadas à Polícia Federal.

A Polícia Civil informou que somente divulgará os nomes dos seis suspeitos restantes depois de finalizar o inquérito, inclusive ouvindo cada um dos os investigados. Por se tratar de acusação por depredação de prédio público, os nomes dos suspeitos também poderão ser enviados à Polícia Federal depois de concluídas todas as etapas da investigação.

de olho em 2014



Dilma perdeu chance de se conectar com povo, diz senador Aécio Neves
Para o tucano, pronunciamento da presidente reproduziu "tradicional jeitinho de fazer política"

O presidente nacional do PSDB e possível candidato à Presidência da República em 2014, senador Aécio Neves (PSDB), divulgou nota criticando o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff, feito na noite de sexta-feira (21), em cadeia nacional de rádio e TV. Segundo Aécio, a presidente perdeu uma oportunidade única de se conectar com a população ao não reconhecer erros.

"[Dilma] escolheu fazer um discurso que reproduz o tradicional jeitinho de fazer política no Brasil: empurrando os problemas para debaixo do tapete, fingindo que não tem nada a ver com o que está acontecendo, que é tudo responsabilidade dos outros, que só não fez melhor porque não foi permitido", escreveu Aécio.

O senador afirmou que, ao contrário do que a presidente disse, os investimentos em saúde no Brasil diminuíram nos últimos dez anos. Ele criticou ainda as desonerações que o governo fez no setor de transportes que, segundo o senador, foram "para atender lógicas e interesses específicos".

Na opinião do senador, ao invés de dizer ao País que o governo não investiu na Copa seria "mais honesto mostrar as razões que levaram o governo a lutar pela oportunidade de realizá-la".

Para Aécio, ao dizer que as obras dos estádios não foram feitas pelo governo e sim com financiamento público — com o dinheiro sendo devolvido mais tarde — Dilma acerta porque explica como funcionam programas do governo. "Registra-se, assim, uma nova e mais justa leitura sobre programas como o Luz Para Todos e o PAC", disse o senador, acusando o governo de apresentar estes programas como sendo realizados com recursos federais.

75% a favor do brasil



Apoio de brasileiros aos protestos é de 75%, diz Ibope
No entanto, metade dessas pessoas disse acreditar que os atos provocarão mudanças no País

As manifestações por melhores serviços públicos que há duas semanas sacodem o País são apoiadas por 75% dos brasileiros, segundo uma pesquisa do Ibope cujos resultados foram divulgados na última edição da revista Época, que começou a circular no sábado (22). Apesar do elevado apoio, apenas 6% disseram ter ido às manifestações e apenas 35% dos que não foram tiveram a intenção de fazê-lo.

Apenas a metade dos brasileiros que apoiam os protestos considera que eles provocarão mudanças, segundo a pesquisa que entrevistou 1.008 pessoas em 79 municípios entre 16 e 20 de junho.

Os protestos se multiplicaram apesar de, segundo a pesquisa, 71% dos brasileiros dizerem estar satisfeitos com sua vida atual e 43% terem expectativas positivas sobre o futuro do País. Entre as pessoas que apoiam os protestos, 69% estão satisfeitas com sua vida e 39% acreditam em um futuro melhor para o País.

Em relação ao motivo dos protestos, 77% citaram o transporte público deficiente, 47% a insatisfação com os políticos, 32% a corrupção, 31% deficiências na educação e na saúde, e 18% a inflação. Interrogados sobre os principais problemas do País, 78% citaram a saúde, 55% a segurança pública, 52% a educação, 26% as drogas, 17% a corrupção e 11% a miséria.

As manifestações prosseguiram no sábado, embora com menos intensidade, apesar da proposta de diálogo que a presidente Dilma Rousseff estendeu na véspera aos manifestantes. Os protestos começaram na semana passada em São Paulo, exclusivamente contra a alta das tarifas de transporte público, mas ganharam outras reivindicações, como maiores investimentos na saúde e na educação pública, e críticas à corrupção e as despesas do governo para organizar eventos como a Copa do Mundo de 2014.

Nem o pronunciamento da presidente no qual propôs um pacto nacional para melhorar os serviços públicos nem a redução das tarifas de transporte público nas maiores cidades, que era a reivindicação inicial dos manifestantes, convenceram os brasileiros de parar com suas manifestações.

Apesar de perderam intensidade desde quinta-feira (20), quando cerca de 1,2 milhão de brasileiros saíram às ruas em uma centena de cidades, os protestos prosseguiram hoje em cerca de 20 municípios.

falou merda



Entidades criticam "importação" de médicos anunciada por Dilma
Em nota, afirmam que a medida é paliativa, populista e esconde os reais problemas do SUS


Entidades médicas nacionais divulgaram, no sábado (22), nota de repúdio ao anúncio da presidente Dilma Rousseff de que médicos de outros países irão ampliar o atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde). Em carta aberta aos médicos e à população brasileira, a AMB (Associação Médica Brasileira), a ANMR (Associação Nacional de Médicos Residentes), o CFM (Conselho Federal de Medicina) e a Fenam (Federação Nacional dos Médicos) manifestam preocupação com a medida e ameaçam ir à Justiça para evitar a entrada de profissionais estrangeiros no País. Afirmam que "o caminho trilhado é de alto risco e simboliza uma vergonha nacional".

Segundo essas entidades, a decisão de importar médicos expõe a população, sobretudo a parcela mais vulnerável e carente, "à ação de pessoas cujos conhecimentos e competências não foram devidamente comprovados". Para elas, a medida "tem valor inócuo, paliativo, populista e esconde os reais problemas que afetam o SUS".

A presidente fez, na noite de sexta-feira (21), um pronunciamento, em cadeia nacional de rádio e televisão, e informou que irá conversar, nos próximos dias, com os chefes dos outros poderes, governadores e prefeitos para tentar fazer um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos. Entre as linhas de ação, está trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS.

As entidades lembram que Dilma foi vítima de grave problema de saúde, há alguns anos quando foi tratada por centros de excelência do País, com médicos capacitados em escolas brasileiras. "O povo quer acesso ao mesmo e não quer ser tratado como cidadão de segunda categoria, tratado por médicos com formação duvidosa e em instalações precárias", reagem.

A nota de repúdio diz que os "médicos importados" não irão compensar a falta de leitos, de medicamentos e de ambulâncias, além das más condições dos hospitais, e cobram ações e recursos para a área da saúde. "Os protestos não pedem médicos estrangeiros, mas um SUS público, integral, gratuito, de qualidade e acessível a todos. É preciso reconhecer que é a falta de investimentos e a gestão incompetente desse sistema que afastam os médicos brasileiros do interior e da rede pública, agravando o caos na assistência", avaliam.

As associações afirmam que os médicos e a população não admitirão que se coloque em risco o futuro de um modelo enraizado na Constituição e a vida dos cidadãos brasileiros. Tomarão todas as medidas possíveis, inclusive jurídicas, para assegurar o Estado Democrático de Direito no Brasil, com base na dignidade humana.

100 dias de Papado



Papa Francisco chega a 100 dias no Vaticano
Gestos surpreendentes do bispo de Roma alimentam a esperança de que o sucessor de Bento XVI realize uma profunda reforma na Igreja

Os primeiros 100 dias de pontificado aumentaram as esperanças de que o papa Francisco promova uma reforma na Igreja. A primeira grande medida de Jorge Mario Bergoglio deve ocorrer a partir da primeira semana de outubro, quando ele mexerá na Cúria Romana, com a assessoria do grupo de oito cardeais incumbidos de examinar problemas e apresentar sugestões.

Até lá, não deverá haver grandes novidades, mas gestos surpreendentes do bispo de Roma - como ele prefere se apresentar - alimentam a esperança de que o sucessor de Bento XVI revitalize o impulso renovador do Concílio Vaticano II.

Essa é a expectativa de teólogos, sociólogos, historiadores e bispos de vanguarda, como os 18 autores de Francisco - Renasce a Esperança, uma coletânea de artigos recém-lançada pela editora Paulinas, em São Paulo. Todos manifestam entusiasmo com a eleição do ex-arcebispo de Buenos Aires, o jesuíta que o conclave de março foi buscar "quase no fim do mundo", quebrando a hegemonia dos muitos italianos e de alguns poucos europeus de outras nacionalidades que ocuparam nos últimos séculos a cadeira de Pedro.

A esperança despontou no momento em que, após o anúncio do "habemus papam" (temos o papa), foi revelado que ele havia escolhido o nome de Francisco, homenagem ao santo de Assis e garantia de que Bergoglio fazia, assim, uma opção pelos pobres. Ou por uma Igreja pobre voltada para os pobres, como o novo chefe da Igreja definiria nos dias seguintes. Os seguidores da Teologia da Libertação exultaram, principalmente porque às palavras se seguiram gestos e testemunhos.

Ao ser eleito, Francisco abriu mão de confortos e privilégios. Voltou da Capela Sistina para a Casa Santa Marta no ônibus dos cardeais do conclave, instalou-se num apartamento comum, foi pagar a conta no hotel em que se hospedara antes da eleição no centro de Roma, celebrou missa numa capela do Vaticano e conversou com os fiéis como um pároco amigo, trocou o papamóvel por um jipe aberto na Praça de São Pedro, pegou crianças no colo e abraçou portadores de deficiência nas audiências gerais.

São gestos surpreendentes, mas naturais, porque era assim que Bergoglio vivia em Buenos Aires, onde morava sozinho num apartamento, cozinhava a própria comida e andava de metrô. Quem o conhecia não estranhou, era o mesmo homem simples e espontâneo que gostava de visitar a periferia e se misturava aos pobres. Numa das congregações dos cardeais do pré-conclave, o futuro papa alertou para a necessidade de a Igreja "sair de si mesma e ir para as periferias" não só geográficas, mas também existenciais. Ou seja, os padres e bispos que cuidam do rebanho - diria semanas depois - precisam ter o cheiro de suas ovelhas.

Na manhã de 29 de maio, Francisco surpreendeu mais uma vez ao afirmar que, na Igreja, a grande família dos filhos de Deus, há também aspectos humanos, pois há defeitos, imperfeições e pecados naqueles que a compõem, pastores e fiéis. "Também o papa tem pecados - e muitos", acrescentou, conforme noticiou a Rádio Vaticano. Essas palavras remetem à cena da sacada da Basílica de São Pedro, quando Francisco, o novo papa, se inclinou e pediu que a multidão o abençoasse, antes de dar sua primeira bênção, no dia 13 de março.

Além da reestruturação da Cúria Romana, espera-se também - ou pelo menos se torce para isso - que haja mudanças na renovação da doutrina e da disciplina eclesiásticas. Os desafios são imensos e haverá resistência. Não haverá abolição de dogmas, que a Igreja considera verdades intocáveis, mas há leis e tradições que podem ser alteradas.

"Nesse contexto (da eleição de Francisco), será mais fácil também discutir abertamente e conseguir dar respostas aos famosos 'temas congelados', como celibato obrigatório, sexualidade - hétero e homo -, contracepção, aborto e tantos outros, que interessam tanto aos homens quanto, principalmente, às mulheres, que dentro da atual estrutura, patriarcal e concentradora de poder, dificilmente serão resolvidos", escreve a socióloga Lucia Ribeiro, uma das articulistas de Francisco - Renasce a Esperança.

Mais difícil ainda seria aprovar o sacerdócio feminino, para que as mulheres pudessem ser diaconisas e sacerdotisas. D. Angélico Sândalo Bernardino, que também participa do livro, não vê a ordenação de mulheres num horizonte próximo, mas afirma ser uma lamentável omissão "não chamar homens casados, de comprovada vida cristã familiar, profunda vivência comunitária, competência profissional, para serem ordenados presbíteros".

Encorajados pelo comportamento de Francisco, nesses primeiros cem dias de pontificado os partidários de reformas amplas acreditam na possibilidade de avanços mais ousados. Se o papa abre mão do Palácio Apostólico para morar na Casa Santa Marta, por que não se livra do fausto secular que a Igreja traz de antes da Idade Média?

Como lembra o historiador Eduardo Hoornaert, um dos fundadores da Comissão de Estudos da História da Igreja na América Latina (Cehila), esse era o sonho de d. Hélder Câmara. "Ele dizia, em conversas informais, que o papa faria bem em vender o Vaticano à Unesco e alugar um apartamento no centro de Roma", escreveu.

estava demorando...




Quadrilha faz arrastão em lanchonete de bairro nobre na zona sul de São Paulo
Quatro criminosos encapuzados invadiram o 'The Fifties' às 22h30 deste sábado


Pelo menos quatro criminosos encapuzados invadiram a lanchonete The Fifties, em Moema, área nobre da zona sul de São Paulo, e levaram objetos pessoais de clientes que lotavam o restaurante por volta das 22h30 deste sábado, 22. O arrastão durou poucos minutos, segundo a polícia. Ninguém ficou ferido. Durante a ação, cerca de R$ 5 mil do caixa também foram levados pelos ladrões.

A quadrilha abordou pessoas que estavam no andar térreo da lanchonete, que fica na Alameda Juaperi, a duas quadras da Avenida Ibirapuera. Segundo a PM, pelo menos 15 clientes registraram o roubo, mas o número de vítimas pode ser maior. Os ladrões recolheram celulares, bolsas, joias e dinheiro e fugiram. Não há identificação da quadrilha, que não foi presa.

Imagens do circuito interno do estabelecimento devem ser requisitadas pela polícia durante a investigação. O caso foi registrado no 27º DP (Campo Belo), mas a apuração será conduzida pelo Departamento de Investigações ao Crime Organizado (Deic), que, por ordem do governador Geraldo Alckmin (PSDB), dispõe agora de uma divisão para "crimes especiais", como arrastões a restaurantes e condomínios.

boa pergunta ,ne?



Anonymous quem?
Quantos diferentes personagens estão por trás da máscara pop de Guy Fawkes, do filme ‘V de Vingança’

Rosto branco, fino e ovalado, bochechas rosadas, cavanhaque estilo cafajeste e bigode debochado, olhos puxadinhos, sobrancelhas arqueadas e um sorriso de Monalisa um tanto cruel e sarcástico. Esse personagem poderia ser eu, poderia ser você, poderia ser a torcida do Corinthians acampada no Zuccotti Park em euforia semelhante à primeira conquista da Libertadores. Você já viu esse rosto. Seria um personagem esquecido, fosse tão identificável quanto um discreto Wally perdido nas coloridas multidões. Ao contrário, porém, tem uma face muitíssimo pop: Guy Fawkes (1570-1606).

E Fawkes marcou presença no Brasil nesses dias, em duas vertentes. Por um lado, a máscara do soldado inglês catapultada pelo hollywoodiano V de Vingança (2006) estrelou um punhado de fotografias no Facebook, no Instagram e na imprensa, durante as diversas agitações sociais efervescentes no País. Estava diluído entre os manifestantes na rua. Na segunda-feira, uma manifestação histórica. Na quinta, uma festa estranha com gente esquisita. Uns com balaclavas coloridas, outros com lenços palestinos forjados na Bolívia, muitos com o rosto à mostra (e às vezes a tapa). Também estavam presentes uns que se querem os novos caras-pintadas, com guache verde e amarelo feito blush nas maçãs, e outros que, fanfarrões, brandiam cartazes com os dizeres V de Vinagre, uma referência ao "subversivo" ácido acético proibido na manifestação paulistana do Movimento Passe Livre na semana passada. Mas, cara-pálida, uma figurinha realmente carimbada nas últimas manifestações foi "V". No Rio, a máscara de feições sinistras custava R$ 20 na semana passada - agora, o hit tem preço promocional de R$ 10. Há até uma versão tupiniquim, com o rosto pincelado na cor amarelo ovo. Na terça-feira, ambulantes paulistanos venderam 500 máscaras a R$ 10, valor tabelado, dizem, em questão de minutos. Item versátil, encaixou-se nas diversas e difusas causas mostradas pelos cartazes de jovens e não tão jovens brasileiros que desfilaram em várias capitais. Tão eclético o acessório que até gente fina, elegante e sincera - alô, chics - aderiu ao disfarce fashion feito de plástico. Fawkes é o novo Che?

Por outro lado, "V" tem outra faceta fora do "mundo real". Vestindo o mesmo disfarce pop, pipocou na terça-feira uma inusitada mensagem do Anonymous Brasil. São os hackativistas - sonoro neologismo para "hacker + ativista", não consta no Houaiss mas pode confiar que a expressão existe - que invadiram o Instagram da presidente e o Twitter de uma poderosa revista dias atrás. Diz o início da mensagem de 1 minuto e 45 segundos postado no YouTube: "Seremos simples e diretos. As mídias de rádio e TV dizem que não temos uma causa específica. Isso pode enfraquecer o movimento. Só a diminuição do valor das passagens de transportes públicos não nos satisfazem, mas realmente temos que saber por onde começar um novo Brasil", com música de suspense ao fundo, tom azulado nas imagens trepidantes e voz grossa digitalmente alterada, tal qual os discursos do movimento propagados em outros idiomas. Desta vez, os mascarados brasileiros pretendem pautar cinco metas específicas para as novas manifestações:

"1º. Não à PEC 37; 2º. Saída imediata de Renan Calheiros da presidência do Congresso Nacional; 3º. Imediata investigação e punição de irregularidades nas obras da Copa do Mundo, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal; 4º. Queremos uma lei que torne corrupção no Congresso crime hediondo; 5º. Fim do foro privilegiado, pois ele é um ultraje ao Artigo 5º da nossa Constituição".

Wish list política à parte, o mesmo semblante do Anonymous no Brasil e no mundo, Guy Fawkes, já é um símbolo - para não dizer um clichê - de diversos movimentos. Do outono americano no Occupy Wall Street aos levantes da Primavera Árabe, o herói folk do século 17 se tornou um ícone para esses movimentos "horizontais" e sem líderes. Em Londres, em 2011, Julian Assange também vestiu a máscara por uns minutos - mas a polícia mui gentilmente pediu para que o fundador do WikiLeaks a retirasse, pois a lei britânica não permite "anonimato público". Em Istambul e Paris, em 2013, batata: lá estavam as benditas vendettas mais uma vez.

Muitas máscaras foram feitas desde que a HQ inglesa V for Vendetta, assinada pelo escritor Alan Moore e pelo ilustrador David Lloyd na década de 1980, ganhou uma versão cinematográfica em 2006 pela Warner Brothers (aliás, The New York Times alertou aos rebeldes que, durante as convulsões sociais nos idos de 2011, as máscaras pretensamente anarquistas, made in China e no México, contribuíram parcialmente para o lucro de US$ 28 bilhões da gigante americana Time Warner, que detém os direitos da ilustração), mas foram os hackers do Anonymous que lhe deram destaque internacional, com protestos por volta de 2008. De lá para cá, o símbolo fez sucesso nas diversas manifestações sociais mundo afora e também noutras arenas menos politizadas em diferentes hemisférios, como Halloween e Rock in Rio. E, no último baile dos mascarados brasileiros, todo mundo quis tirar sua casquinha com as manifestações.
Mas Guy Fawkes, o rosto por atrás da misteriosa máscara, você deve se lembrar, tem uma história controversa. Foi o soldado católico que tentou explodir o Parlamento britânico no dia 5 de novembro de 1605, na tal Conspiração da Pólvora. A ideia era derrubar o rei protestante, os parlamentares e a nobreza do chá das 5. Expert em explosivos, o soldado de 35 anos era o responsável pelos 36 barris de pólvora. Mas o complô católico vazou, o golpe fracassou e Fawkes, acusado de traição, preso e torturado, se suicidou para escapar da "forca" - na verdade, condenados à morte, Fawkes e os outros conspiradores seriam estripados, esquartejados e depois decapitados, quer dizer, uma baita tranquilidade na hora de descansar em paz.

Da pólvora ao vinagre, o símbolo de Guy Fawkes continua zanzando por aí, na rua e na internet. Uns gostam do pop appeal. Outros preferem mostrar a cara limpa, que máscara o quê, quem precisa se esconder, etc. Atualmente, diferentes ideias e imagens se incorporam a essa moderna personalidade anônima: anarquistas, anti-heróis, baderneiros, justiceiros, rebeldes, revolucionários, terroristas, Deus e o diabo. Não é possível definir quem são e onde estão, mas dá para dizer que andam incomodando muito gente.

Nos próximos dias, o Anonymous Brasil pretende liderar manifestações em prol das tais cinco causas. Na noite de quinta-feira, a página do movimento foi derrubada no Facebook, desaparecendo sem deixar rastros. Em resposta ao sumiço misterioso, um dos anônimos criticou a possível censura. E esclareceu para confundir: "Não somos uma organização. Sou você. Sou fake. Sou real. Somos todos. Não somos ninguém. Somos uma ideia".

hora da limpeza



Autores do Ficha Limpa lançam o ‘Reforma Política Já’

Em tempos de manifestações nas ruas por mudanças na sociedade brasileira e crise da representatividade dos partidos políticos, uma rede formada por 70 instituições inicia, a partir desta segunda-feira, 24, a campanha Reforma Política Já. Os mesmos autores que propuseram a Lei da Ficha Limpa querem promover um chamamento público nacional para colher assinaturas suficientes para a aprovação de um projeto de lei de iniciativa popular que sugere alterações no sistema eleitoral que possam valer já nas eleições do ano que vem.

A duas principais alterações propostas são a extinção das doações de pessoas jurídicas, e restrições às feitas por pessoas físicas para campanhas; e a realização de eleições proporcionais (para vereadores e deputados) em dois turnos, onde no primeiro os eleitores votariam nos partidos e, no segundo, nos candidatos. Isso, segundo os autores, representaria redução dos custos e maior transparência no processo eleitoral, fortalecimento dos partidos e suas ideias programáticas, e a eliminação do clientelismo e "da nefasta influência do poder econômico nas eleições".

A ideia é não só para transformar a proposta em projeto de lei, como aconteceu com a Lei Complementar 135/2010 (Ficha Limpa), mas sancioná-lo a tempo para que as novas regras incidam sobre a eleição de 2014. "O sistema político brasileiro está tão defasado que não é justo para o Brasil passar por outra eleição com estes moldes", disse o juiz Márlon Reis, cofundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).

A campanha pode ganhar força num momento de grande pressão popular. No pronunciamento que fez em cadeia de rádio e TV na sexta-feira, 21, Dilma disse que quer contribuir para a construção de uma "ampla e profunda" reforma política.

A meta da campanha é recolher 1,5 milhão de assinaturas num prazo de 30 dias. O número equivale a 1% do eleitorado brasileiro, mínimo necessário para dar início à tramitação do projeto, que deve estar aprovado, sancionado e publicado no Diário Oficial até a data limite de 5 de outubro, exatamente um ano antes das eleições.

Márlon Reis considera o prazo possível. "Na lei contra a compra de votos, todo o processo, desde o início da coleta de assinaturas até a publicação no Diário Oficial, durou 32 dias", disse.

Baratear. Além da extinção do financiamento de campanhas por empresas, o projeto prevê um teto máximo para doações feitas por pessoas físicas de um salário mínimo por doador. "A ideia baratear as campanhas, pulverizar as doações e impedir que um grande financiador seja o dono do mandato", disse Reis. Ele ressalta que as doações seriam feitas ao partido e não mais ao candidato, como é possível atualmente.

A adoção do que os autores chamam de "voto transparente" também representaria o barateamento do sistema eleitoral, segundo o promotor de Justiça Edson de Resende Castro, membro do MCCE e coautor da minuta do projeto.

Na eleição em dois turnos, o primeiro serviria para a definição da quantidade de cadeiras que ocupará cada partido na legislatura seguinte. Os eleitores votariam nos partidos e não em candidatos, que não poderão participar da campanha nesta fase. Quanto mais votos receber uma legenda, mais cadeiras ocupará no Legislativo.

"Com três meses de campanha no horário gratuito de rádio e TV, as campanhas seriam mais programáticas porque os partidos não teriam outra alternativa senão apresentar e discutir propostas", disse. "O sistema atual não valoriza os partidos." Definida a quantidade de vagas a serem ocupadas por cada legenda, os partidos apresentariam a lista de seus candidatos.

Assim, segundo Castro, seria reduzida em cerca de 70% a quantidade de candidatos ao Legislativo, o que daria maior representatividade aos eleitos.

mudança!!!



Na internet, atos mobilizam 136 milhões


Entre os dias 13 e 21 deste mês, foram mais de 2 milhões de citações sobre protestos contra 214 mil sobre a Copa das Confederações

SÃO PAULO – O escritório do consultor de vendas e ativista online Lúcio Amorim fica em posição privilegiada, no 18.º andar de um prédio na Avenida Rio Branco, no centro do Rio. Na noite de segunda-feira passada, uma das principais vias da cidade estava tomada por milhares de pessoas. “Quando vi que estava muito maior que qualquer coisa que já tinha visto, preferi esperar só para fazer este registro histórico”, disse. O resultado foi um vídeo de seis segundos, registrando a passeata de ponta a ponta, transmitido pelo aplicativo de vídeos criado pelo Twitter chamado Vine.

—-
• Siga o ‘Link’ no Twitter, no Facebook, no Google+ no Tumblr e também no Instagram

Rapidamente, o vídeo virou hit na internet e se tornou uma das imagens mais divulgadas dos protestos no Rio. Foi transmitido pelo Wall Street Journal, pela emissora canadense CNBC e pela britânica BBC, que entrevistou Amorim.

É um exemplo de como os protestos das últimas duas semanas consolidaram a importância da internet e das redes sociais como ferramentas de comunicação no País. Muitos recorreram aos serviços para se informar, a partir de relatos no Twitter e no Facebook. Vídeos como o de Amorim simbolizaram os eventos tanto ou mais do que as imagens feitas por redes de televisão.

O fluxo paralelo de informação possibilitou fazer comparações com as versões das autoridades. “Muitos representantes do poder não são atualizados sobre as ferramentas,” disse a jornalista e blogueira Sam Shiraishi, especializada em ativismo social.

Um exemplo foi o vídeo amador que mostra um policial quebrando o vidro de uma viatura, sugerindo tentativa de forjar uma ação de vandalismo. “A violência que se viu na quinta-feira (dia 13) foi em grande parte desmascarada por esses vídeos”, diz o professor Pablo Ortellado, do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação da Universidade de São Paulo (USP).

Audiência.
Na terça-feira passada, durante as horas mais tensas do confronto entre manifestantes e a Tropa de Choque na Rua Augusta, em São Paulo, a única transmissão ao vivo ficou a cargo do canal online PosTV, com imagens feitas por um iPhone. A exclusividade da cobertura se refletiu nos acessos, que chegaram a 180 mil. O link da transmissão foi compartilhado à exaustão – incluindo pelo jornalista Jorge Pontual, da TV Globo, que elogiou a transmissão no Twitter.

O jornalista Bruno Torturra, da PosTV, diz que a rede veio ocupar um espaço vago. “A gente fez o que se espera que a imprensa faça no mundo conectado das redes.”

O uso das mídias sociais no País tem números grandes e as redes sociais são cada vez mais acessadas na rua, graças ao avanço dos smartphones, que deverão ser 50% dos aparelhos celulares neste ano. De acordo com monitoramento da empresa Scup, publicações sobre os protestos impactaram mais de 136 milhões de pessoas nas redes sociais. Entre 13 e 21 de junho, foram mais de 2 milhões de menções no Facebook, Twitter e YouTube e Google. No mesmo período, a Copa das Confederações teve 214 mil menções. O monitoramento foi feito com base em palavras-chave como #passe livre, #vemprarua e #ogiganteacordou – são as hashtags.

Para Ortellado, no entanto, as ferramentas também servem para repercutir discursos preestabelecidos. “Na rua, vemos uma difusão de pautas. A internet responde com um novo significado o que aparece nos meios de comunicação. Estamos vendo uma espécie de guerra simbólica.”

A jornalista Sam Shiraishi ainda vê uma falta de maturidade política nas redes. “Uma rede como o Facebook favorece a confiança no que os amigos falam, na curadoria de conteúdo deles. Passa-se para frente coisas que nem se leu direito.”
Para Iran Giusti, do grupo Mobilizados, criado no Facebook, as ferramentas digitais podem extrapolar o “ativismo de sofá” e unir pessoas em torno de objetivos. “Estávamos nas ruas e a pergunta era como chamar mais gente. Não somos da turma ‘sai do Facebook’. Somos da turma ‘use o Facebook para fazer coisas reais’.”

Novos protestos terça em Sao Paulo



MPL marca novo protesto para terça-feira em SP


O Movimento Passe Livre (MPL) de São Paulo realiza hoje, às 14h, três encontros abertos para apresentar o movimento e discutir o sistema de transportes. As reuniões ocorrerão na Quadra dos Metroviários, na subsede Santo Amaro do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e no Espaço Contraponto.

Após anunciar, na última sexta-feira (21), que não convocaria mais protestos na capital paulista, o MPL divulgou em sua página, no Facebook, apoio à manifestação do grupo Periferia Ativa "Comunidade em Luta" e do Movimento Trabalhadores Sem Teto. O protesto está marcado para terça-feira (25), com concentração no metrô Capão Redondo e no Largo do Campo Limpo, às 7h.

Em texto publicado na rede social, o MPL informa que defende a desmilitarização da polícia, melhorias na saúde e na educação, controle sobre o valor dos alugueis, tarifa zero para o transporte público e redução do custo de vida.

vai trouxa



Em carta aberta, Romário rebate críticas de Ronaldo


A polêmica envolvendo Romário e Ronaldo está longe de ter um fim. Na manhã deste domingo, o ex-atacante do Flamengo e seleção brasileira, por meio de uma carta aberta publicada no Facebook, criticou o membro mais ilustre do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014. Logo no começo do texto, Romário nega estar se aproveitando das manifestações populares que assolaram o Brasil nas últimas semanas e ressaltou seus trabalhos na Câmara dos Deputados.

"Uma coisa que você (Ronaldo) não deve saber é que uma das funções de deputado é fiscalizar, além da CBF, entidades como a que você faz parte, o Comitê Organizador Local (COL). E ninguém pode dizer que não tenho feito isso. São incontáveis os relatórios divulgados por mim sobre o excesso de gastos. Visitei todas as cidades-sedes para fiscalizar obras de mobilidade, aeroportos, estádios e acessibilidade. Minha função não permite ações mais efetivas. Fica a cargo do Executivo dar a canetada final", disparou Romário.

A polêmica entre os dois ex-jogadores começou com a publicação de um vídeo de 2011, onde Ronaldo disse que "não se faz Copa do Mundo com hospitais". Romário criticou o ex-companheiro de seleção brasileira, que revidou em entrevista coletiva concedida no último sábado afirmando que "não adianta só apontar o dedo, tem que fazer alguma coisa".

Dentre vários pontos, Romário destacou a tentativa de instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a CBF e as negociações para flexibilizar a Lei Geral da Copa, sugerindo que a Fifa deixasse 10% do lucro da Copa do Mundo para investimento "no futebol de base e outros esportes praticados por pessoas com deficiência". Por último, o ex-jogador cobrou os 32 mil ingressos prometidos pelo COL para pessoas de baixa renda com deficiência.

"Aliás, nós da Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa com Deficiência ainda esperamos os 32 mil ingressos para a Copa do Mundo prometidos publicamente por você, em nome do COL, para as pessoas com deficiência de baixa renda", finalizou.

Confira a carta aberta na íntegra:

Carta aberta ao Ronaldo:

Ronaldo, meu camarada

Se tem alguém se aproveitando dessa situação de indignação popular, certamente, não sou eu. Desde 2011, quando assumi meu mandato, tenho me informado sobre tudo que acontece no Brasil na área de esporte para contribuir com minha experiência. O primeiro impacto negativo que tive foi a Lei Geral da Copa, que dava poderes excessivos à FIFA. Trabalhei junto com outros deputados para tornar aquele texto mais favorável ao Brasil. Em um dos artigos, por exemplo, sugeri que a FIFA deixasse no Brasil 10% do seu lucro, de R$ 4 bilhões, para investimento no futebol de base e outros esportes praticados por pessoas com deficiência. Entre outros projetos que você, certamente, pode conferir posteriormente.

Como você também deve saber, estou tentando instalar um CPI da CBF na Câmara, para que possamos por fim aos desmandos daquela instituição e resgatar a verdadeira função do futebol, que é fortalecer este esporte tão amado por mim, por você e por milhões de brasileiros.

Uma coisa que você não deve saber, é que uma das funções de deputado é fiscalizar, além da CBF, entidades como a que você faz parte, o Comitê Organizador Local (COL). E ninguém pode dizer que não tenho feito isso. São incontáveis os relatórios divulgados por mim sobre o excesso de gastos. Visitei TODAS as cidades-sedes para fiscalizar obras de mobilidade, aeroportos, estádios e acessibilidade. Minha função não permite ações mais efetivas, fica a cargo do Executivo dar a canetada final.

Para finalizar, parceiro, não é só governo que contribui com o bem da população de seu país, empresários e cidadãos bem intencionados também compartilham desta inestimável generosidade.

Aliás, nós da Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa com Deficiência ainda esperamos os 32 mil ingressos para a Copa do Mundo prometidos publicamente por você, em nome do COL, para as pessoas com deficiência e de baixa renda.

Com apreço,

Romário