sábado, 18 de maio de 2013

pra presidente do BRASIL,so falta UM PULO







Aécio assume PSDB e ataca fragilidades do governo Dilma
'Nunca se viu um nível tão ousado de aparelhamento e compadrio; este é um governo dos amigos, com os amigos, para os amigos e pelos amigos', acusou


Em um discurso de ataque à administração da presidente Dilma Rousseff e ao PT, o senador Aécio Neves (MG) assumiu neste sábado, 18, em convenção em Brasília, a presidência nacional do PSDB. Ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do ex-governador José Serra, Aécio fez um discurso de candidato e atacou as fragilidades do governo Dilma Rousseff, como a falta de infraestrutura, a volta da inflação, dos problemas da educação, saúde e segurança.


"O PT disse na propaganda que eles deram os primeiros passos, mas os primeiros passos foram dados ainda antes de nós, com a retomada da democracia, a retomada da estabilidade econômica e depois o início da transferência de renda. Tudo isso com a participação do PSDB", afirmou.

Aclamado pela militância como "futuro presidente da República", Aécio disse buscar inspiração nos legados de seu avô Tancredo Neves e de tucanos como Mário Covas e Fernando Henrique e Ruth Cardoso no momento em que se completa 20 anos da "maior transformação da história recente do País": o Plano Real. O tucano aproveitou para defender o governo de Fernando Henrique, atacou a usurpação de ideias do PSDB, como a estabilidade econômica e os programas de transferência de renda.

O tucano acusou os adversários de se esqueceram sua história, de se dedicarem a um projeto de poder. "Não queremos a hegemonia do que quer que seja", afirmou. Ele criticou sua relação com a base aliada, dando como exemplo o recente embate entre o Planalto e os aliados na Câmara dos Deputados. "Para que uma base paquidérmica? Para não fazer nada?". Aécio também atacou a relação do governo com o Supremo Tribunal Federal. "Nossos adversários veem atentando contra a democracia, querendo colocar o garrote no Supremo, cercear a imprensa e inibir a livre movimentação das forças partidárias". Aécio também defendeu a realização de reformas que o atual governo não fez.

Não faltaram críticas também à política de alianças do atual governo. "Nunca se viu antes na história do País um nível tão ousado de

aparelhamento e compadrio. Este é um governo dos amigos, com os amigos, para os amigos e pelos amigos", acusou. Aécio listou as obras inacabadas do governo. Sobre a Petrobras, Aécio apontou a má gestão, "a maior vítima do aparelhamento das empresas públicas empreendido pelo PT".

Relacionando o partido ao governo que atacou a hiperinflação, que criou a Lei de Responsabilidade Fiscal e que os primeiros programas de transferência de renda do governo federal, Aécio afagou seu rival José Serra e destacou seu trabalho à frente do Ministério da Saúde. O novo líder da sigla também defendeu as privatizações do governo FHC. "Garantimos a abertura da economia, com as privatizações. E abrimos as portas do mercado de consumo a milhões de brasileiros", afirmou.

Em seu discurso, Aécio também focou "nos mais pobres". "Queremos que o cartão do Bolsa Família seja um passaporte para o futuro, não um documento aprisionado ao presente", atacou. "Está na hora de mudar o slogan do governo que diz: 'País rico é país sem pobreza'.O correto seria: 'País rico é país com educação'", emendou. Ele cobrou educação e Saúde de qualidade. Aécio também criticou a atuação do governo Dilma na área da segurança pública. "Chega de remendos, de improvisos, de omissões", afirmou.

União. Durante o evento, que teve o tom de lançamento de campanha presidencial, os tucanos falaram em esgotamento do projeto atual do PT, defenderam a ética na política e pregaram a união do partido em torno de Aécio. "A união é fundamental. Nosso grupo tem que se unir e propor", afirmou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio. O discurso foi seguido pelo governador de Goiás, Marconi Perillo. "Vamos provar para o Brasil que somos capazes, que somos competentes, que temos espírito publico, que sabemos administrar o dinheiro público com parcimônia", defendeu o tucano, que chamou, em várias ocasiões, o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva de "canalha".

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que discursou por mais de 20 minutos e acompanhou o evento ao lado de Aécio, pediu que o PSDB esteja mais próximo da população. "Temos de ouvir o País", recomendou.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sinalizou que os tucanos paulistas apoiarão o mineiro na sucessão presidencial de 2014. Em tom de brincadeira, Alckmin disse que em São Paulo ele (Alckmin) é "acusado de ser o paulista mais mineiro" do Estado e que Aécio é "injustamente" atacado por ser o mineiro "mais carioca". "Se precisar, ele (Aécio) vai ser o mais paulista dos mineiros", afirmou.

O ex-governador de São Paulo José Serra, que chegou na convenção do partido 10 minutos após Aécio, discursou por quase 15 minutos e disse que nunca colocou a paixão à frente da razão em suas decisões políticas. "Com os olhos em 2014 e no futuro do Brasil, continuarei a atuar em favor da unidade das oposições e de quantos entendam que é chegada a hora de dar um basta à incompetência orgulhosa", disparou o tucano, que focou sua fala em críticas ao PT.

"O PT se mostrou incapaz de construir uma economia que possa crescer de maneira sustentável. Ao final do decênio petista, a realidade é o baixo investimento, as obras cada vez mais lentas e cada vez mais caras. O déficit externo crescente, a subida da inflação, a responsabilidade fiscal em risco, a deterioração da infraestrutura, a perda de competitividade e a desindustrialização", observou. Ele afirmou também que "a pior privatização que poderia ocorrer é a privatização do Estado" e defendeu a "reestatização do Estado brasileiro. " Vamos buscar convergência, não apenas no PSDB, mas com todos que estejam dispostos a marchar pela decência, liberdade, justiça."

E quem salvou o Jorge??







'Salve Jorge' sai de cena com o pior ibope das 9
Trama de Glória Perez terminou ontem, sem fazer sombra a 'Avenida Brasil'


Salve Jorge saiu de cena ontem como o pior ibope já registrado no histórico do horário das 21 h da Globo na Grande São Paulo, onde cada ponto equivale a 62 mil domicílios com TV. Livrou do recorde negativo a novela Passione, de Silvio de Abreu, que teve saldo de 35 pontos. A considerar as duas últimas ocupantes do horário, Avenida Brasil e Fina Estampa, o enredo encabeçado pela heroína do Complexo do Alemão, a brava Morena (Nanda Costa) perdeu 400 mil residências para a plateia da Globo na região que concentra o maior investimento publicitário do País.



Mas, se pouco importa o que será da vilã Lívia (Cláudia Raia) ou do casal de mocinhos, Théo (Rodrigo Lombardi) - que ganhou o pejorativo apelido de 'Pasthéo' - e Nanda, Salve Jorge fez a diversão dos tuiteiros na segunda tela, com erros de continuidade e falta de lógica.

Nunca houve diálogo tão instantâneo entre autor e público, visto que Glória Perez, criadora da história e compulsiva tuiteira, respondia no mesmo momento, pela rede de microblogs, a acusações de incoerência desfiladas por sua novela. Quando Rachel (Ana Beatriz Nogueira) foi vítima da implacável seringa envenenada de Lívia (Cláudia Raia), houve quem protestasse contra a falta de câmeras no ostensivo hotel onde a cena do crime se passou. Ao que Glória, imediatamente, justificou: Lívia tem seus aliados no estabelecimento. O Estado tentou ouvir a autora sobre essa experiência de falar diretamente com o público, diariamente, mas não obteve resposta.

Nada disso, no entanto, tira da novela o mérito de ter levado a questão do tráfico humano a proporções que só uma novela alcança - ainda que a audiência não se aproxime dos bons êxitos do horário, 35 pontos porcentuais diários durante seis meses representam um público e tanto. O pico de audiência (47 pontos) foi registrado no capítulo em que Nanda surrou Lívia, apesar da diferença evidente de tamanho entre as duas atrizes, há coisa de duas semanas.

Após duas novelas com ponte aérea fora da a realidade - Marrocos, em O Clone, e Índia, em Caminho das Índias -, Glória Perez não conseguiu embarcar com o mesmo êxito seu público para a Turquia. Salve Jorge deve encerrar a trilogia de novelas do gênero, marcado pela presença de glossário de expressões locais e coreografia característica do destino abordado. A trama que se encerra valeu mais pelo Complexo do Alemão cenográfico, onde a emissora pode cumprir parte de seus anseios em encontrar a nova classe C.

Já o elenco, com quase 90 atores, desperdiçou gente. André Gonçalves sumiu de cena e nomes como Stênio Garcia, Cristiana Oliveira, Narjara Turetta e Otaviano Costa passaram longa temporada fora da tela.




boa pedida!!!!




E do húmus vem a flor
Espetáculo inédito marca o lançamento da nova companhia do multiartista Antonio Nóbrega


Estreiou ontem (17), às 21 h, no Auditório Ibirapuera, mas, na verdade, ele vem estreando desde o momento em que trouxe a dança para a sua carreira de músico. Toninho Nóbrega lança a sua companhia de 13 bailarinos com uma nova criação, Humus, que será apresentada em quatro espetáculos: sexta e sábado, às 21 h, e no domingo às 11 h e às 19 h. A assistência de direção artística é de Luciano Fagundes, os figurinos são assinados por Eveline Borges e a trilha sonora reúne Bach, Siba, Antônio José Madureira, Leonardo Gorosito, Spok, Chico Buarque, Edson Alves e José Alves Sobrinho.


São 40 anos de dedicação às mais variadas manifestações da cultura popular do Brasil, que ele foi tecendo com informações vindas de outras danças. Dessas misturas foram brotando Reino do Meio-Dia (1989), Figural (1990), Passo (2008), Naturalmente (2009), e agora, Humus (2013).

A companhia nasceu de uma seleção de 20 bailarinos, realizada há um ano e meio para o Brincante, longa que Walter Carvalho está agora finalizando. Eles ensaiaram cinco meses com Toninho e, desse convívio, 13 vieram compor a companhia.

Em entrevista ao Estado, ele conta a sua maior preocupação: "Foi um desafio muito grande porque mais do que a construção do espetáculo, o principal era como fazê-los acessar um material que tinha vindo da relação direta com os artistas populares e, para eles, éramos nós, que já temos esse material traduzido em nossos corpos, que passávamos a informação. Cada um deles com história e marcas diferentes e precisando assimilar não somente o material, mas também o seu temperamento".

Toninho Nóbrega tem noção de que sua preocupação expressa a impossibilidade de vincular a dança que quer fazer a um contato com suas fontes primevas. "Seria como exigir que um bailarino clássico viajasse um século ou dois para trás." Cuidou, então, do que chama de 'temperamento'. "Tentei formular um léxico versátil, realizando uma grande triagem vocabular em todos esses anos de pesquisa, buscando sobretudo o temperamento, a maneira como o movimento é conduzido. Acredito que temos um temperamento pela nossa maneira como o Brasil se constituiu como cultura e isso tem uma marca no modo de se sentir e estar no mundo."

Humus tem três momentos - Semeando, Fertilizando e Florescendo -, mas talvez nós não os identifiquemos. "Não acho importante que o público perceba o conjunto de coreografias que compõe cada um deles. A novidade não está aí, mesmo porque a estrutura do espetáculo é bem convencional, mas sim na tentativa de deslocar os nichos onde estão o contemporâneo e o popular. Nessa via comum que proponho, nessa região limítrofe entre os dois, é que coloquei a minha dança, a das matrizes que venho tentando aprofundar. São 4, 5 séculos de decantação produzindo um léxico muito rico."

O futuro da companhia, como de toda a dança profissional em nosso país, é ainda incerto porque, para levá-la adiante, será necessário financiamento. Segundo ele, a companhia vai apontar muitas direções em relação ao seu trabalho.

"Desde o que apresentei no Carlton Dance (refere-se ao 'Reino do Meio-Dia', de 1989), tenho feito a mesma coisa, só que a cada vez tento fazer de maneira nova, incorporando alguma coisinha. Não sinto que cheguei e nem sei se se chega a um lugar confortável, porque a vitalidade da arte é tecida pelo dissolver para avançar, mas não no sentido de uma destruição suicida, e sim no do novo que surge do que você já fez."

Na dança, essa tem sido a sua ignição e é a mesma que o leva a dizer que depois do rico um ano e meio que dedicou à companhia, pensa em escrever um trabalho sobre as conclusões que apareceram em Humus. 25 anos depois da sua experiência como professor universitário na Unicamp, Toninho Nóbrega volta a pensar no ambiente acadêmico: "Quem sabe alguma universidade tenha interesse em acolher esse meu novo projeto?".