quinta-feira, 14 de março de 2013

Brasil vira exemplo no combate à pobreza para ONU, mas patina e se mantém no 85º lugar em ranking de IDH


País aparece atrás de Argentina, Rússia, México e Líbia, mas supera China, África do Sul e Índia 






O Brasil conseguiu retirar milhões de pessoas da pobreza, levou outros milhões a integrar uma nova classe média mundial e se tornou referência em programas de transferência de renda a fim de reduzir a pobreza nas últimas décadas. Mesmo assim, o País patinou e permaneceu na 85ª posição no ranking de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU (Organização das Nações Unidas). O Brasil está nessa mesma colocação desde 2007.

As informações fazem parte do Relatório do Desenvolvimento Humano de 2013 do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), que leva em conta o ano de 2012, divulgado nesta quinta-feira (14) na Cidade do México pela ONU. A nota do Brasil melhora todo ano desde 1990 e, na passagem de 2011 para 2012, passou de 0,728 para 0,730.

O representante do PNUD, Jorge Chediek, afirmou nesta quinta-feira (14) que o Brasil é um dos principais protagonistas das mudanças globais.

— O IDH do Brasil melhorou 24% nos últimos anos, muito mais que Chile, Argentina e todos os Brics. A nova realidade global mostra que o Brasil é um dos principais protagonistas dessas mudanças globais e representa países que podem, em muito pouco tempo histórico, mudar as condições de desenvolvimento de jeito radical.

A liderança do ranking pertence à Noruega, cujo IDH subiu de 0,953 para 0,955. A segunda colocada da lista é a Austrália, onde o IDH está em 0,938. Os Estados Unidos estão na terceira posição, com índice de 0,937.


O levantamento indica que os programas pioneiros de transferência de renda no Brasil, Índia e México “ajudaram a estreitar as acentuadas diferenças de rendimento e a melhorar a saúde e a educação das comunidades pobres”.  
Apesar da melhora, o Brasil está atrás de países como Argentina, Rússia (parceira comercial importante e membro dos Brics), México e Líbia. Os argentinos têm IDH 0,811, o que a coloca na 45ª posição; a Rússia está em 55º lugar, com 0,788 de IDH; o México tem 0,775, 61º lugar na lista; e a Líbia, que teve a estimativa do PIB reajustado pelo Fundo Monetário Internacional, está na 64ª colocação, com 0,769.  
Por outro lado, o Brasil tem motivo para comemorar. Com exceção da Rússia, o IDH brasileiro está à frente de todos os outros países dos Brics — África do Sul, China e Índia. O país africano, onde o IDH está em 0,629, aparece na 121ª posição; a China melhorou quatro posições entre 2011 e 2012, mas está em 101º lugar do ranking; já a Índia ocupa o 136º posto, com IDH 0,554.  
O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um índice que varia de 0 a 1 e mede a evolução de 187 países e territórios nas áreas da saúde, educação e rendimento. O indicador foi usado pela primeira vez no primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano, em 1990, como uma medida composta do desenvolvimento, que tinha o objetivo exclusivo de avaliar o progresso nacional na economia.    
Expectativa de vida
O relatório registrou também um avanço na expectativa de vida dos brasileiros nas últimas décadas. Em 1980, a média de anos de vida no País era de 62,5. Em 2012, este número saltou mais de dez anos, passando para 73,8.





Nenhum comentário:

Postar um comentário