Demissão surpreende também jogadores e faz Mano ter de pagar R$ 1 mi ao Fla; Abel é o mais cotado
A demissão de Mano Menezes caiu como uma bomba na diretoria do Flamengo...
A demissão de Mano Menezes caiu como uma bomba na diretoria do Flamengo. Sonho alcançado há três meses, o treinador surpreendeu todos com a saída, considerada intempestiva, ainda no vestiário do Maracanã, após a derrota para o Atlético-PR. Já fora do estádio, os vice-presidentes do clube souberam da notícia por meio de transmissões de rádio. E ficaram estupefatos. Por isso, desejam fazer valer o contrato em caso de rescisão unilateral: o pagamento de dois meses de salários, que estavam em dia. Em outras palavras, a decisão de Mano Menezes o fez estar em débito de, aproximadamente, R$ 1 milhão com o Flamengo.
O vínculo do treinador com o clube era válido até o final de 2014. Apresentado em 17 de junho com a esperança de alavancar um projeto de longo prazo, Mano não colecionou nenhum grande problema que possa ser apontado como a gota d´água para o pedido de demissão. Entre a diretoria, muitos utilizaram o termo "covarde" para classificar o técnico após sua saída. A avaliação é de que o treinador, reticente com os resultados do time e temendo uma desvalorização profissional diante de um possível rebaixamento no fim do ano, resolveu rasgar o contrato e abandonar o barco.
Nos bastidores da demissão de Mano, um possível interesse do Corinthians, que vive má fase e tem Tite sob perigo, também foi cogitado para justificar a ação. Mas não só os dirigentes ficaram surpresos. Ainda no Maracanã, Mano informou sua decisão diante de jogadores e do diretor-executivo de futebol, Paulo Pelaipe. Alguns atletas deixaram o banho para tentar entender os motivos e dissuadi-lo da ideia.
O técnico foi direto e comunicou o discurso, repetido momentos depois de forma mais polida diante de jornalistas, de que o grupo não conseguira assimilar o que era passado, além de ter se queixado da falta de atenção de alguns atletas durante as instruções. E informou que o melhor seria separar os caminhos naquele instante. Decisão tomada, ele se dirigiu à sala de entrevistas sem ter comunicado a nenhum dirigente, além de Pelaipe.
O contrato assinado com o Flamengo previa bonificações por metas alcançadas, como sequência de vitórias, classificações para competições e avanço de fase, esta atingida na Copa do Brasil diante do Cruzeiro. Assim que chegou ao clube, Mano sabia das limitações, mas pediu reforços. Com o passar do tempo e a proximidade do fim da janela, apenas André Santos foi incorporado ao grupo. O jeito foi olhar para o mercado interno. Chicão chegou do Corinthians. E Rodriguinho, meia do América-MG, foi sondado. Com a pedida alta do clube mineiro, o jogador parou no exterior. A demora de ação da diretoria deixou o treinador por vezes insatisfeito.
Ruídos ocorreram mais diretamente com o setor de comunicação do clube. Na última semana, Mano havia agendado entrevistas a três veículos de imprensa. A comunicação tentou demovê-lo da ideia e cancelar os compromissos, mas o técnico foi firme e cumpriu o combinado por sua filha e assessora pessoal, Camilla Menezes. A saída repentina do técnico causou ainda mais estranheza após sua última entrevista coletiva, no Ninho do Urubu, na véspera da partida contra Atlético-PR. Mano disse compreender o momento difícil, ver evolução no time e afirmou já tratar do planejamento para a próxima temporada. E tudo pareceu ter se dissipado em um dia.
Abel é nome mais cotado
Sem treinador, a diretoria do Flamengo passou a se comunicar via e-mail logo após o pronunciamento de Mano Menezes no Maracanã. Há sugestões distintas dos vice-presidentes, mas o nome que encabeça a preferência dos dirigentes é o de Abel Braga, ex-Fluminense e que passou pelo clube em 2004.
Pesa contra a chegada a própria vontade do técnico, que admite voltar à ativa só em 2014, o alto salário recebido por ele em sua passagem pelo Tricolor, mais alto do que o de Mano, e as seguidas propostas do Oriente Médio, onde conta com muito respeito.
Em outra ponta surge o nome de Celso Roth, defendido por quem acredita ser o ideal para fechar o elenco, arrancar vitórias magras e escapar do rebaixamento. Houve também que sugerisse a manutenção do auxiliar Jayme de Almeida, que comandará o time diante do Náutico no domingo, até o fim do campeonato. A hipótese, no entanto, é muito improvável.
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