domingo, 7 de julho de 2013

brincou,se danou...




Anderson Silva cai diante de Chris Weidman e perde cinturão no UFC 162
Brasileiro provoca, debocha de adversário e acaba nocauteado pelo norte-americano em Las Vegas

Foram sete anos e dez defesas de cinturão até o grande nome do MMA mundial ser batido. Anderson Silva, em uma luta estranha, onde as provocações do brasileiro superaram sua técnica tão aplaudida até hoje, deixou escapar o cinturão da categoria dos pesos-médios para o norte-americano Chris Weidman no UFC 162, em Las Vegas.

O fim da série de 16 vitórias consecutivas do paulista que mora em Curitiba no maior evento de MMA do mundo ocorreu durante o segundo round da luta contra Weidman. Spider começou o duelo perdendo, ao ser derrubado logo no início do primeiro round. Ele conseguiu se livrar do norte-americano e voltou a ficar em pé. Enquanto o público, que esperava um grande espetáculo protagonizado pelo campeão até então invicto, gritava 'Silva, Silva', Anderson provocava o adversário. Ria, colocava a mão na cintura como quem debocha do rival, o chamava para a luta a todo momento, mantinha a guarda baixa.

A volta para o segundo round não foi diferente. Anderson parecia querer vencer o adversário primeiro pelo psicológico. Mas não deu tempo. Ao se abaixar um pouco, como quem finge estar caindo, o brasileiro foi golpeado com um cruzado de esquerda, tombando no chão, completamente sem reação. Weidman só aproveitou para disparar uma sequência de socos até que o árbitro colocasse um ponto final na "brincadeira" de Spider. Brincadeira que lhe custou o título mundial.

"Me sinto incrível pelo que aconteceu. Parece surreal", disse o novo dono do cinturão dos médios, Chris Weidman, ainda no octógono. Questionado sobre uma possível revanche contra o maior lutador de MMA que o mundo já conheceu, o norte-americano reconheceu a grandeza de Silva: "Respeitem Anderson Silva. Ele é um ídolo, quero a revanche, mas eu venho buscando isso há muito tempo."

Anderson também pediu respeito a Weidman e afastou a ideia de uma possível revanche. "Eu trabalhei duro para estar aqui, respeito muito os Estados Unidos, o UFC, mas Chris Weidman é o melhor hoje. Estou muito cansado, preciso descansar. Tenho mais dez lutas no contrato, mas eu não luto mais pelo cinturão", revelou o brasileiro.

FRANKIE EDGARD x CHARLES DO BRONX

Charles do Bronx não venceu Frankie Edgard, mas foi responsável por uma das melhores lutas do evento em Las Vegas. O paulista peso-pena, nascido no Guarujá, deu bastante trabalho ao experiente norte-americano, acostumado a entrar no octógono para disputar o cinturão, como ele mesmo fez questão de lembrar.

A luta foi movimentada do primeiro ao último segundo e levantou o público. O primeiro round foi equilibrado, com vantagem para o duro Edgard. O segundo round começou com franca trocação e terminou com uma queda fantástica aplicada pelo norte-americano no brasileiro, que surpreendeu ao prender o adversário com uma guilhotina. A volta para o terceiro e último round foi carregada de expectativas, e quem levou a melhor por decisão unânime dos jurados foi Frankie Edgard(30-27, 29-28 e 30-27).

Mesmo com a derrota, o bom desempenho do brasileiro chamou a atenção, e Edgard reconheceu a grandeza do rival:"Estou acostumado com lutas de cinco rounds. Eu achei que tivesse o machucado, mas ele é muito duro, é um adversário incrível."

TIM KENNEDY x ROGER GRACIE

Roger Gracie não teve uma boa estreia no UFC. Primeiro brasileiro a lutar no card principal, ele subiu no octógono com a maioria da torcida do seu lado. Com os tradicionais gritos de 'Uh, vai morrer', o público brasileiro presente no MGM Grand Garden Arena fez festa para o carioca. Mas não demorou muito para as vaias começarem.

Gracie se saiu melhor no primeiro round, mas o californiano Tim Kennedy conseguiu manter o domínio da luta nos outros dois. O duelo morno entre os dois não agradou a torcida. Visivelmente cansado, o brasileiro não conseguiu fazer muita coisa no terceiro e último round, deixando o caminho aberto para os árbitros darem vitória para o norte-americano por decisão unânime (30 a 27, 30 a 27 e 29 a 28).

GABRIEL NAPÃO x DAVE HERMAN

Foi quase que num piscar de olhos que Gabriel Napão nocauteou Dave Herman no card preliminar. Aos 17 segundos do primeiro round, o brasileiro acertou uma sequência de socos no norte-americano, que só foram interrompidos pelo juiz.

Napão deixou Herman completamente desorientado logo no começo do combate, com um overhand. O norte-americano chegou a acertar um chute na perna de Napão, que logo reagiu com um soco de direita no queixo do rival. O lutador carioca derrubou o adversário, e bastaram quatro golpes no ground and pound para o árbitro encerrar a luta dos pesos-pesados.

EDSON BARBOZA x RAFAELLO TRATOR

Os primeiros brasileiros a entrarem no octógono duelaram entre si. Edson Barboza nocauteou Rafaello Trator com um chute baixo de direita no segundo round. Chutes, aliás, não faltaram. Barboza acertou 31 em Trator. "Minhas mãos não estavam como eu queria, então reforcei os chutes", disse o lutador carioca.

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