sábado, 8 de junho de 2013
mais protestos
Em 2º dia de protestos, Marginal é bloqueada, Paulista tem faixas interditadas e estação do Metrô fecha as portas
Manifestantes prometem novo ato contra aumento da tarifa de ônibus na próxima terça-feira, 11, às 17h, na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista
Cinco mil manifestantes. Estouros de bombas de gás lacrimogêneo. A Marginal do Pinheiros bloqueada. Uma estação do Metrô fechada. Eis o saldo do segundo dia de intensos protestos contra o aumento das tarifas do transporte público na cidade de São Paulo, nesta sexta-feira, 7.
A manifestação, organizada por grupos como o Movimento Passe Livre, começou à tarde no Largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste, mas só começou a se movimentar por volta das 18h20. Foi o momento em que os manifestantes passaram a percorrer a Avenida Faria Lima, bloqueando totalmente o sentido Itaim-Bibi.
Em seguida, o grupo, sempre acompanhado da Polícia Militar, dobrou na Avenida Eusébio Matoso, rumo à Marginal do Pinheiros. Ao passar pelo Shopping Eldorado, algumas pessoas picharam a passarela que dá acesso ao centro comercial, assim como orelhões e paredes.
Às 19h20, a Tropa de Choque da PM começou a usar bombas de efeito moral para conter a manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus, que, naquela altura, já interditava as duas pistas da Marginal do Pinheiros no sentido Castelo Branco.
Motel
Mais cedo, por volta das 19h, quando os manifestantes ainda estavam na Marginal do Pinheiros, cerca de 30 estudantes entraram no Motel Astúrias para se proteger das bombas de gás lacrimogêneo e gás pimenta arremessadas pela PM. Ao saírem, alguns foram detidos por policiais. A reportagem tentou contato com a PM para verificar quantas pessoas foram levadas, mas a assessoria de imprensa da corporação não atendeu a nenhum telefonema até as 21h15.
O protesto, então, seguiu pela Avenida Frederico Hermann Júnior, pela Rua Vupubussu, retornando à Avenida Faria Lima. A Marginal do Pinheiros foi desbloqueada às 19h40.
Vírgina Barros, de 27 anos, atual presidente de União Nacional dos Estudantes (UNE), acompanhou o protesto e disse: "A UNE apoio o movimento. O transporte é um direito fundamental, que não deve estar sujeito às leis do mercado."
Em alguns momentos, os manifestantes entoavam gritos chamando um novo protesto para a próxima terça-feira, 11, às 17h, na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista. Essa via já foi um dos palcos do primeiro protesto, na quinta-feira, 5, onde houve conflito com policiais militares. Alguns agentes foram acusados de truculência.
Por volta das 20h30, quando o foco do protesto passou a ser novamente o Largo da Batata, houve confusão nas entradas da Estação Faria Lima, na Linha 4-Amarela do Metrô. Naquela altura, a PM havia informado que 5 mil pessoas participaram do ato.
Algumas pessoas arremessaram pedras em 13 seguranças da concessionária ViaQuatro, que administra a Linha 4. Os agentes fecharam os dois acessos da estação. Uma catraca de vidro, no piso subterrâneo, foi quebrada. A PM chegou para reforçar a segurança e permitir a saída dos passageiros que ficaram no interior da estação.
O tumulto foi contido e, naquele momento, a manifestação começou a se dissipar. Por volta das 21h20, o 14.º Distrito Policial (Pinheiros), que atende a região onde houve os protestos, ainda não havia registrado nenhum caso de detenção.
Durante o fechamento da Estação Faria Lima, no entanto, um grupo grande de manifestantes optou por seguir para a Paulista, onde bloqueou as faixas no sentido Paraíso por volta das 22 horas. O grupo foi acompanhado pela PM e fez um pequeno percurso pela avenida, da Consolação até a Augusta, se dispersando cerca de 30 minutos depois.
Alckmin
Mais cedo na sexta-feira, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a manifestação ocorrida na noite anterior contra o aumento das tarifas de transporte coletivo --que culminou em algumas depredações na avenida Paulista e estações do Metrô-- foi "absurda".
"É preciso deixar claro que não é aceitável o que foi feito, é um absurdo sob todos os pontos de vista. Uma atitude totalmente absurda e a polícia tem que agir, a polícia não pode se omitir", afirmou o tucano após um evento no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi.
Questionado sobre suposta ação truculenta da Polícia Militar, que usou bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para dispersar os manifestantes, Alckmin disse que haverá apuração. "A polícia sempre apura. Toda a ação da polícia é filmada. A própria polícia tem um sistema de acompanhamento. Ela tem expertise."
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