Sobrinho do escritor Antoine de Saint-Exupéry – autor de O Pequeno Príncipe–, François D’Agayé o curador da exposição sobre o livro que abre hoje no Shopping JK. Diretamente da França, ele conversou por e-mail com a coluna.
Quais as melhores lembranças que o senhor guarda do seu tio?
Tinha 15 anos quando ele foi embora para os Estados Unidos e nós nunca mais o vimos. Tenho lembranças, como adolescente, de um tio que havia escapado milagrosamente de perigosas aventuras e guardo para sempre o gosto que ele tinha pela audácia.
Ele contava muitas histórias para o senhor?
Infelizmente, poucas. Suas estadas conosco eram tão curtas que passávamos pouco tempo com ele. Uma pena.
O senhor se identifica com algum dos personagens de O Pequeno Príncipe?
Nenhum! São personagens muito representativos do correto comportamento humano. Nenhum homem ou mulher se assemelha a nenhum deles. Felizmente, creio eu.
Seu tio era piloto dos correios da França e sempre fazia a rota África-América do Sul, passando por Fernando de Noronha, Florianópolis e outras cidades brasileiras. O que ele te contou sobre essa época e sobre o País?
Ele nos disse – e escreveu também – ter passado os melhores anos de sua vida nessa rota entre a África e a América do Sul. Sobre Florianópolis, por exemplo, contou como eram lindas as praias e como foi o contato com pescadores na praia do Campeche. E os habitantes de lá guardaram a recordação dos pilotos franceses que pousavam seus aviões para reabastecer.
O senhor já veio ao Brasil?
Sim, três vezes, e espero voltar. O País me cativou. Gosto muito da Oca e do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, onde aconteceu a maior exposição do mundo sobre O Pequeno Príncipe. Em Curitiba, inaugurei, junto com Sheila Dryzun, o Hospital Pequeno Príncipe. Gosto muito de Florianópolis também, é claro. E, por fim, a pequena cidade de Itu, perto de um rio onde plantei um pé de baobá. Um lugar em que as manhãs eram calmas e luminosas. Era esse o seu charme
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