domingo, 29 de setembro de 2013

concordo




'Brasil tem muito partido', diz Michel Temer
Para vice-presidente da República, 'número excessivo' de siglas 'não é útil para o País'


Na semana em que o Tribunal Superior Eleitoral legalizou o PROS e o Solidariedade, o vice-presidente Michel Temer considerou "politicamente inadequada" a criação de mais dois partidos e admitiu que até o seu PMDB perdeu "um pouco" a identidade. "Há muitas siglas partidárias no Brasil e esse número excessivo não é útil para o País", afirmou o vice.
Presidente licenciado do PMDB, Temer minimizou os embates com o PT nos Estados e disse que a parceria está "consolidada" para 2014. Embora o PSB de Eduardo Campos tenha anunciado a entrega dos cargos no governo Dilma, Temer torce para que o governador de Pernambuco não entre na disputa. "Se todos nós pudermos trabalhar para que ele não deixe a base governamental e eleitoral será muito útil para a aliança PT-PMDB", insistiu.

Leitor voraz e autor de poemas escritos em guardanapos de avião, Temer recorreu a uma analogia ao garantir que não tem receio de perder a vaga de vice. "Já andei em tantas estradas que, a essa altura, a vice não é coisa de vida ou morte." Com o PMDB prestes a ganhar o Ministério da Integração, ele disse que o partido está "preparado" para ter mais espaço em eventual segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.

O que o senhor achou da legalização de dois novos partidos, o PROS e o Solidariedade, no momento em que o PSB desembarca do governo?
No plano legal, é perfeitamente legítima a criação de novos partidos. Embora seja legal, politicamente é inadequado. Há muitas siglas partidárias no Brasil e esse número excessivo não é útil para o País. Aqui, os partidos perderam substância. Na época do autoritarismo, você tinha a Arena, a favor do status quo, e o MDB, contra. Quem aderia a um deles sabia o que estava fazendo. Hoje, com 32 partidos, eles perderam sua identidade.

O PMDB não perdeu?
O PMDB perdeu um pouco sua identidade. O que ele não perdeu foi a função de assegurar a governabilidade. Agora, nesses movimentos de rua, o que o povo queria? O povo passou a exigir uma democracia eficiente e o PMDB está trabalhando por isso

A presidente Dilma pode convencer o governador Eduardo Campos a mudar de ideia (sobre concorrer à Presidência) ou isso já está sacramentado?
Se todos nós pudermos trabalhar para que ele não deixe a base governamental nem eleitoral será muito útil para a aliança PT-PMDB.

O senhor não tem receio de perder a vice para o PSB, em nome da manutenção da aliança para a eleição de 2014?
Sob o foco pessoal, eu já andei em tantas estradas que, a essa altura, a vice não é uma coisa de vida ou morte, embora seja extremamente honroso trabalhar ao lado da presidenta Dilma. No plano político, vejo que se consolida cada vez mais a aliança PT-PMDB.

O PT e o PMDB estão em pé de guerra em vários Estados. Como montar palanques para a presidente desse jeito? No Rio, por exemplo, a situação é crítica.
Ainda é muito cedo. Temos hoje menos dificuldades do que no passado e capacidade maior de superá-las.

O PMDB diz que vai lançar Paulo Skaf (presidente da Fiesp) para o governo de São Paulo e o PT vai de Alexandre Padilha, ministro da Saúde. Skaf é "imexível" como candidato?
É imexível. Em São Paulo, vamos ter dois candidatos. Nós já fizemos isso na campanha pela Prefeitura. É estratégico para puxar bancada.

Que marca o governo Dilma tem para mostrar na campanha?
Em primeiro lugar, uma austeridade absoluta. Em segundo, não houve tropeço na economia. Enquanto o cidadão puder ir ao supermercado, botar o filho na escola, comprar um carro, a economia do cotidiano não mudou.

O senhor falou em austeridade, mas, depois da "faxina", partidos que foram defenestrados voltaram para o Ministério, como o PDT, o PR...
Acho que podem ter voltado partidos, mas não pessoas, não é?

Todos puseram pessoas ligadas às que saíram na faxina.
É... Mas você não pode pegar alguém que foi defenestrado e dizer que todos aqueles que estão nesse partido são suspeitos. Enquanto tivermos esse sistema político-partidário só se consegue governar com coalizão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário