"Ninguém será detido por levar vinagre", garante secretário de segurança de São Paulo
Governo convidará líderes do MPL para reunião na segunda, quando está marcado novo ato
O secretário de segurança pública de São Paulo, Fernando Grella, anunciou neste domingo (16), que o governo do Estado convidará as lideranças do MPL (Movimento Passe Livre) para uma reunião na manhã de segunda-feira (17), mesmo dia em que está agendado o quinto protesto contra o aumento da tarifa do transporte coletivo na capital paulista.
— Queremos, na verdade, que os manifestantes exerçam seu direito de se expressar, de protestar e também queremos assegurar, a partir da reunião, que as pessoas que trabalham, que estudam e que querem voltar para casa possam fazê-lo da melhor forma possível.
O secretário acrescentou que o fundamental será definir, em conjunto, o trajeto que será percorrido pelos manifestantes.
— Com isso, faremos um ordenamento do trânsito, com bloqueio de ruas adjacentes, de modo que a população não saia prejudicada... Eles terão toda a garantia de que poderão se manifestar, realizar aquele trajeto. Queremos a reunião exatamente para isso.
Grella destacou que a “Polícia Militar tem condições de planejar, com algumas horas de antecedência, a melhor maneira de reduzir o incômodo para a população e de proteger os próprios manifestantes”. Disse ainda que um dos objetivos da reunião é assegurar uma "manifestação pacífica e ordeira", sem os atos de violência verificados no protesto de quinta-feira (13).
— São Paulo é uma cidade livre, uma cidade em que se pode exercer a cidadania. São Paulo não quer violência. Os paulistanos, mesmo os que não participam desse movimento, eles não querem que se repitam os fatos que aconteceram na semana passada. Sabemos que a maioria esmagadora dos que estão indo às ruas quer apenas expressar sua opinião e quer fazê-lo de maneira pacífica.
O secretário afirmou ainda que pretende garantir também a segurança dos profissionais da imprensa que atuarem na cobertura do ato e reiterou que "todos os fatos [de violência contra os repórteres] noticiados, todos eles estão sendo objeto de investigação.
Na última manifestação, ao menos 16 jornalistas ficaram feridos ou foram presos. Um deles, Piero Locatelli, da revista Carta Capita, foi detito por portar vinagre, que carregava para amenizar o efeito do gás lacrimogênio, usado pela polícia.
Sorrindo, Grella garantiu que "ninguém vai ser detido por estar levando vinagre".
— O que ocorre é que, às vezes, o policial se depara com um líquido e não sabe o que acontece. Achamos que vai ser tão pacífica [ a manifestação] que não vai precisar nem de vinagre nem de outro expediente.
O ato desta segunda-feira está agendado para as 17h, no Largo da Batata, zona oeste. Na página criada para divulgar o ato no Facebook, mais de 187 mim internautas confirmaram presença.
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