domingo, 7 de abril de 2013

TENSÃO

Coreia do Sul teme teste de míssil da Coreia do Norte nos próximos dias


O governo da Coreia do Sul acredita que a Coreia do Norte pode executar esta semana um teste de lançamento de míssil, enquanto o governo dos Estados Unidos adiou um teste com um projétil balístico intercontinental em uma tentativa de reduzir a tensão na península coreana.

Kim Jang-Soo, principal assessor de segurança nacional da presidente sul-coreana Park Geun-Hye, disse neste domingo (7) que um teste de lançamento ou outra provocação podem acontecer antes ou depois de 10 de abril, data que a Coreia do Norte sugeriu aos diplomatas para que abandonem Pyongyang.

— Não há sinais de uma guerra em grande escala agora, mas o Norte terá que se preparar para executar represálias no caso de uma guerra local.

Diplomatas temem que a retórica tenha criado uma situação que pode ficar fora de controle.


Também hoje, o governo americano adiou um teste de míssil balístico intercontinental. O Minuteman 3, míssil balístico intercontinental de ogivas nucleares, seria disparado na próxima semana da base aérea de Vandenberg, na Califórnia.

Segundo uma fonte do governo americano, o secretário da Defesa Chuck Hagel decidiu remarcar o teste até o mês que vem, devido a preocupações de que o lançamento "pudesse ser mal interpretado por alguns como uma intenção de exacerbar a crise atual com a Coreia do Norte".

"Queremos evitar uma má interpretação ou manipulação", disse a fonte, antes de completar, no entanto, que Washington está decidido a testar seus mísseis balísticos intercontinentais "para garantir um arsenal nuclear seguro e eficaz".

Além disso, Seul e Washington anularam uma importante reunião prevista para 16 de abril entre o general Martin Dempsey, comandante do Estado-Maior Conjunto americano, e seu colega sul-coreano, o general Jung Seung-Jo.

A agência Yonhap destacou que o Sul temia uma possível provocação norte-coreana na ausência do comandante das Forças Armadas.

Embaixadas em Pyongyang

Os diplomatas instalados em Pyongyang se reuniram no fim de semana para discutir sobre a advertência feita na sexta-feira (5) pelo regime norte-coreano: não garantir a segurança das missões diplomáticas na capital a partir de 10 de abril.

A maioria dos governos estrangeiros afetados deram a entender que não têm a intenção de retirar os funcionários, incluindo os sete países da União Europeia presentes na Coreia do Norte (Alemanha, Reino Unido, Suécia, Polônia, Romênia, República Tcheca e Bulgária).


O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, disse neste domingo (7) que uma data limite depois da qual a Coreia do Norte deixaria de garantir a segurança das embaixadas é inaceitável".

O chanceler britânico, William Hague, também afirmou que, no momento, não existe necessidade de retirar os diplomatas da Coreia do Norte.

Não vimos um reposicionamento de tropas nem um deslocamento de forças terrestres", declarou Hague à BBC.

— Por este motivo é importante permanecer tranquilos, mas também firmes e unidos.

Um porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês afirmou que pediu a Pyongyang que garanta "a segurança dos diplomatas chineses", mas completou que a embaixada continua funcionando "normalmente".

A ONU também não pretende retirar seus funcionários.

A Coreia do Norte multiplicou as declarações belicosas desde que a ONU adotou novas sanções econômicas contra o país por um teste nuclear em fevereiro. Também expressou irritação com as manobras militares conjuntas de Estados Unidos e Coreia do Sul.

Pyongyang deslocou recentemente um segundo míssil de médio alcance para a costa leste, aumentando as especulações sobre a possível preparação de um lançamento.

"Ninguém deveria estar autorizado a precipitar no caos uma região, e com mais razão ainda o mundo inteiro, para ganho próprio", declarou o presidente chinês chino Xi Jinping, sem citar Coreia do Norte ou Estados Unidos.

O míssil norte-coreano Musudan tem alcance de 3.000 km, ou seja, é capaz de atingir o Japão. Com uma carga leve, poderia viajar 4.000 km e, em tese, atingir Guam, uma ilha do Pacífico situada a 3.380 km da Coreia do Norte onde estão 6.000 soldados americanos.

A imprensa japonesa afirma neste domingo que o ministro da Defesa, Itsunori Onodera, ordenará "em um ou dois dias" destruir qualquer míssil norte-coreano que siga para o arquipélago nipônico.

O acesso ao complexo industrial intercoreano de Kaesong, que virou uma peça chave na guerra de nervos, permaneceu fechado neste domingo.


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