sábado, 13 de abril de 2013

Mais uma dele...




Desde que assumiu a presidência da CDHM (Comissão de Direitos Humanos e Minorias), o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) é alvo de protestos para que renuncie ao cargo. Na última terça-feira (9), ele declarou que só abriria mão da presidência se os deputados José Genoino (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP), condenados no processo do mensalão, também desistissem de participar da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

De acordo com o cientista político da FGV (Fundação Getulio Vargas) Marco Antônio Teixeira, a declaração de Feliciano, na realidade, teve apenas a intenção de “jogar poeira no ventilador”.

— Cada comissão tem sua lógica. Não dá para igualar a Comissão de Direitos Humanos com outras.

O cientista político avalia que quando o presidente da comissão citou outros parlamentares envolvidos em escândalos estava, na verdade, tentando confundir o foco do debate. Para Teixeira, não se trata, neste caso, de “ter ou não ter algum tipo de processo”, mas sim da opinião do líder sobre o tema central da comissão.

— Se tivermos que afastar todo mundo que tiver algum problema na Justiça, teríamos que fazer um debate muito mais profundo e não tratar como ele tratou.

Além de Genoino e João Paulo Cunha, o Brasil tem outros políticos envolvidos em escândalos que integram comissões no Parlamento. O senador Fernando Collor (PTB-AL), por exemplo, alvo de um processo de impeachment quando era Presidente da República (1990-1992), lidera a Comissão de Infraestrutura do Senado.

Não representa

O cientista político avalia, ainda, ser “inadmissível" uma comissão como a de Direitos Humanos, que busca divergência de opiniões, ser presidida por uma pessoa que tem posições polêmicas sobre questões relevantes para a sociedade. Para Teixeira, o que mais importa em um órgão como aquele é ter um parlamentar com perfil diferente do atual presidente.

— [Tem que ser] um parlamentar que tenha mais capacidade de convergir divergências.

Os demais deputados que participaram da eleição de Feliciano também não foram poupados pelo cientista político, que diz não acreditar que eles tenham ignorado as consequências "de dar essa comissão para um partido com um posicionamento muito radical sobre as minorias”.

— [É uma] irresponsabilidade dos líderes do legislativo.

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