segunda-feira, 1 de abril de 2013

Depois de ameaça de renúncia da vice-presidente, Feliciano pede desculpas à deputada




O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) disse nesta segunda-feira (1º), em seu Twitter, que pediu desculpas à deputada e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, Antônia Lúcia (PSC-AC), e que ela aceitou.

Na manhã desta segunda, Antônia disse que renunciaria ao cargo que ocupa na comissão porque estava "ofendida" com a declaração de Feliciano. No fim de semana, em um vídeo publicado no YouTube, o deputado afirmou que está ocupando um espaço antes "dominado por Satanás".

— Acabei de falar com a Deputada Antonia Lucia e expliquei o ocorrido em Minas Gerais e pedi desculpas pelo mal entendido e ela aceitou. Falei c o líder do PSC @AndreMourapsc [líder do PSC na Câmara,deputado André Moura] e expliquei tbem o fato. (sic)


Feliciano aproveitou, no Twitter, para mais uma vez atacar a imprensa. Disse que aos jornalistas só interessa "anarquia e bandalheira".

— Interessante seria a imprensa divulgar tbem o q os ativistas fizeram em Minas. Gritavam palavrões, batiam tambor, assustaram as crianças, atrapalharam o culto. Até simples comerciantes q de fora do Ginásio tentavam ganhar a vida vendendo lanches foram prejudicados. Ver mães tapando os olhos e ouvidos de suas crianças p não verem os ativistas fazendo gestos obscenos e palavras de baixo calão, machuca. 2 mil pessoas tiveram seu direito de liberdade de culto violado. Mas o q interessa é q falei sobre satanás que significa Adversário. Mas isso não interessa não é mesmo? Não vende, não cria curiosidade, afinal o que se qer é a anarquia, a bandalheira. (sic)

O presidente da Comissão de Direitos Humanos disse ainda que ninguém perguntou a ele o que ele fez em relação aos manifestantes e a polícia.

— Alguém pode perguntar pastor e a policia? Estava lá. Mas pedi Pra não fazerem nada contra os ativistas pq era isso q eles queriam, escândalo

Renúncia

Antônia Lúcia, que é do mesmo partido de Feliciano e também é evangélica, afirmou que se sentiu ofendida, pois faz parte da comissão há três anos e que renunciaria ao cargo. Ela é vice de Feliciano e já foi cogitada para assumir o lugar dele, caso ele deixasse a presidência.

— Em respeito à minha própria pessoa, ao meu trabalho como parlamentar, eu não aceito uma declaração dessas. Eu acho que nós temos que separar igreja de Parlamento.

A deputada também defendeu outros integrantes da comissão.

— Existiam [na comissão, nos anos anteriores] outras pessoas evangélicas, que quando tomarem conhecimento disso também vão ficar ofendidas. E outro detalhe: convivi durante estes anos todos com o deputado Domingos Dutra [PT-MA, ex-presidente da comissão] e em nenhum momento eu diagnostiquei qualquer atitude dele que me levasse à conclusão de que ele é satânico.

A assessoria do deputado afirmou que sua afirmação foi feita dentro de uma igreja, não numa atividade política, e que se trata de uma “opinião religiosa que reflete sua visão espiritual”, por isso ele não faria comentários a esse respeito.

A reunião de líderes partidários prevista para esta terça-feira (2) para rediscutir a permanência do pastor na comissão foi adiada em razão da ausência do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, que está de licença médica durante toda esta semana.

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