Mizael Bispo começou a ser interrogado por volta das 17h15 desta quarta-feira (13), terceiro dia de julgamento do caso Mércia Nakashima, que acontece no Fórum Criminal de Guarulhos, na Grande São Paulo. Questionado pelo juiz Leandro Jorge Bittencourt se matou a vítima, o réu afirmou apenas que "não". A promotoria e o assistente de acusação abriram mão de fazer perguntas ao policial militar reformado.
Em sua vez de interrogar o réu, o promotor Rodrigo Merli afirmou que "diante das seis versões já apresentadas pelo réu, o Ministério Público não tem perguntas a fazê-lo". O assistente de acusação também abriu mão das perguntas.
A defesa de Mizael, então, começou a fazer os questionamentos para o acusado. O advogado Samir Haddad Jr. pediu para que o policial militar mostrasse o pé e a mão no plenário, para que ele falasse sobre o acidente em que levou uma descarga elétrica. O réu não tem um dedo da mão e do pé.
Questionado pela defesa, ele confirmou ter armas em casa, mas disse que todas eram registradas e afirmou que nunca matou ninguém quando atuava como policial militar. Ele também negou ter apresentado seis versões diferentes à polícia.
Mizael falou ainda sobre o relacionamento com a vítima e com a família. Segundo o réu, ele tinha um bom relacionamento com a família de Mércia, exceto com Márcio, irmão da vítima. Ele negou que tenha traído Mércia durante o tempo em que tinham um "relacionamento firme", mas que depois eles passaram a ter um "namoro aberto". Ele disse ainda que teve uma namorada na Bahia.
Testemunhas
O depoimento do perito Hélio Ramaciotti, última testemunha a ser ouvida no julgamento de Mizael Bispo, chegou ao fim por volta das 16h30. Antes disso de Ramaciotti, durante quase quatro horas, a defesa de Mizael utilizou o depoimento do perito criminal Renato Pattoli para tentar desqualificar as provas do crime. A testemunha, que coordenou a perícia do caso, falou que a terra encontrada no calçado do acusado não era compatível com a terra da represa de Nazaré Paulista. Ele também disse que não poderia afirmar se realmente foram encontrados sangue e fragmentos ósseos no sapato do réu.
— Há um indicativo de que pode ser sangue (...), mas pode não ser. A reação (do produto usado pela perícia) reage com hemácias do sangue, mas pode reagir com outros elementos. Se ele for jogado em uma lata com ferrugem, vai reagir também. Também não posso dizer se é osso.
Na versão do Ministério Público, no sapato de Mizael haveria sangue, chumbo, vestígio de osso e alga. O policial militar é acusado de matar a namorada Mércia Nakashima, em maio de 2010.
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